TÔ ASSUSTADO COM ESSE GOVERNO MALUCO
Hélcio Silva
10 / 03 / 2020
Não sei se todos os psicólogos do Brasil sabem disso: mas,
com certeza, grande parte do público (do povo brasileiro) não sabe.
O Governo gosta de fazer tudo às escondidas, embora há
ditos de que todo ato do governo é publicado: porém, no entanto, nada
facilitado para o povo ter conhecimento.
Por que afastar a Psicologia do Conselho Nacional de
Políticas sobre Drogas?
Confesso que eu também, embora um farejador dos fatos, não
sabia... E isso já vai completar um ano que está em vigor. Tomei conhecimento
hoje, pois hoje é um dia na vida que resolvi varrer os salões de notícias do
CFP (Conselho Federal de Psicologia).
Ah! Encontrei a notícia do fato....
Coisas do Bolsonaro. Um governo perdido, sem rumo!
Vou publicar a notícia que encontrei no site do Conselho Federal
de Psicologia datada no dia 22 de julho de 2019, há quase um ano.
Por sorte, ainda encontrei a notícia viva...
Eis a notícia:
Governo Federal retira a Psicologia dos debates sobre
drogas no país
CFP possuía assento no Conselho Nacional de Políticas sobre
Drogas (Conad). Participação do Conselho tem objetivo de oferecer subsídios
para discussão que tenha como base a produção cientifica do conhecimento
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) chama atenção para o
retrocesso em curso com a publicação do Decreto presidencial Nº 9.926, nesta
segunda-feira (22), que dispõe sobre novas regras para composição do Conselho
Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad). A medida retira os Conselhos
profissionais e a sociedade civil do Conad, que passa a ser composto
majoritariamente por integrantes governamentais.
Com as mudanças, o Governo Federal restringe a discussão
democrática, base para o funcionamento de todo e qualquer Conselho. Composto
por pesquisadoras(es) acadêmicas(os), representantes governamentais e
diferentes conselhos profissionais, como o de Psicologia, Serviço Social,
Enfermagem, além de integrantes do Ministério Público e de organizações da
sociedade civil, o Conad foi criado em 2006, com objetivo de debater e
deliberar sobre as políticas sobre drogas no país.
Descaracterizado a partir do Decreto, o Conad agora
aproxima-se mais de um grupo interministerial, em que não haverá contraponto às
ações ou ideias apresentadas pelo governo, facilitando a aprovação de tudo o
que for colocado para o grupo sem passar por discussões, que são a base do
processo democrático.
O CFP reitera a importância da participação da Psicologia,
assim como de outros Conselhos profissionais, no Conad. Participação esta que
tem o objetivo de oferecer subsídios para uma discussão que tenha como base a
produção cientifica do conhecimento nas mais diversas áreas. A nova medida
torna os debates dentro do Conselho restritos às discussões mais baseadas em
crenças do que no conhecimento cientifico.
O CFP publicou nota em junho deste ano, alertando para os
efeitos nefastos da Lei 13.840/2019 que modifica a Lei de Drogas (11.343/2006),
sancionada pelo Governo Federal, permitindo a internação involuntária de
usuárias(os) de drogas sem a necessidade de autorização judicial, reforçando o
modelo de abstinência e das comunidades terapêuticas em detrimento da Política
de Redução de Danos e dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps
AD).
Ataque aos Conselhos Profissionais
O Decreto presidencial é mais uma medida recente que atinge
os Conselhos Profissionais. A Proposta de Emenda à Constituição – PEC 108/2019,
lançada pelo Governo Federal ao Congresso Nacional em 9 de julho deste ano,
acaba com a obrigatoriedade de inscrição de trabalhadoras(es) nos conselhos
profissionais de classe, como o CFP, e transforma a natureza jurídica das
entidades, que deixam de ser públicas e passam a ser privadas.
O CFP alerta para o retrocesso e ameaça aos direitos
fundamentais com a PEC 108, que na prática significa o fim da fiscalização e da
normatização do exercício das profissões autônomas que protege a sociedade,
impedindo, de um lado, que pessoas sem qualificação técnica exerçam a
profissão, e de outro, que pessoas sem habilitação profissional ofereçam
serviços passando-se por profissionais habilitados, trazendo assim incontáveis
riscos e prejuízos para indivíduos e a sociedade. Entendimento este,
sedimentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da ADI 1.717/DF.
A PEC 108 representa, ainda, o total abandono do processo
de orientação do exercício profissional, deixando as(os) profissionais sem
diretrizes sobre suas práticas profissionais, além da eliminação dos parâmetros
que caracterizam, diferenciam e assim valorizam o exercício da Psicologia em
meio às demais profissões e relações sociais, deixando a sociedade sem a
garantia de fiscalização para os casos de imperícia e má conduta profissional.
O desmonte do Conad juntamente com a possível aprovação da
PEC 108 é uma ação conjunta com o objetivo de enfraquecimento da democracia e
da participação social.

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