segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Clima e Meio Ambiente

ONU: mundo pode atingir neutralidade em carbono até 2050

Foto: Unsplash/Appolinary Kalashnikova - Energia limpa, como a eólica, é chave para emissões zero.

19 setembro 2022

Clima e Meio Ambiente

 Da ONU NEWS

Estudo da Comissão Econômica da Europa, Unece, revela que ações ousadas e sustentadas têm de começar agora para maximizar uso de tecnologias de baixo e zero carbono; relatório Caminho para a Neutralidade na Europa, América do Norte e Ásia Central antecede realização da COP27, no Egito.

Apesar de crises energéticas e desafios internacionais, o mundo ainda tem como alcançar a neutralidade em carbono se tomar as providências certas.

Esta é a conclusão de um relatório da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, Unece, divulgado nesta segunda-feira.

Unsplash/Matthew Smith - Emissões de CO2 precisam ser reduzidas pela metade até 2030 para evitar aumentos de temperatura de 2,7°C ou mais até o final do século

Investimento considera atrasos eventuais

O documento reflete a opinião de peritos internacionais e estatísticos da Europa, da América do Norte e Ásia Central e lista uma série de soluções políticas e de tecnologia para a região alcançar a neutralidade em carbono até 2050.

O estudo revela que o investimento em energia com base numa porcentagem do Produto Interno Bruto, PIB, terá de subir de 1,24% em 2020 para 2,05% por ano de 2025 a 2050.

Isso valoriza o montante necessário entre US$ 44,8 trilhões e 47,3 trilhões até 2050 considerando qualquer atraso adicional na tomada de ações.

ONU News/Laura Quiñones - Setor dos transportes dependente quase inteiramente de combustíveis fósseis

Temperaturas extremas causam estragos caros

Um dos exemplos são os custos de eventos causados por temperaturas extremas, registrados neste verão e durante os últimos anos. A falta de ação custa muito mais para a sociedade.

A secretária-executiva da Comissão Econômica para a Europa, Unece, afirma que a falta de ação é uma escolha política que levará a desafios ainda maiores no futuro. Olga Algayerova acredita que apenas ações imediatas e sustentadas podem descarbonizar a energia para evitar um desastre climático.

O relatório da ONU é um lembrete sombrio de que o aumento de investimento em combustíveis fósseis é uma ilusão a partir do momento em que tecnologias de baixo e zero carbono estão disponíveis.

A comissão da ONU afirma que os governos precisam abraçar as políticas de apoio à neutralidade em carbono criando formas de financiar uma transição justa para sistemas energéticos neutros em carbono.

Atualmente, mais de 80% do mix de energia primária em países cobertos pela Unece é baseado em combustíveis fósseis. Os modelos climáticos indicam que as ações nacionais, no momento, e os alvos internacionais do Acordo e Paris e da COP26 falham na neutralidade em carbono e na meta de manter a temperatura global em até 2ºCelsius.

O relatório indica que para alcançar a neutralidade será preciso:

Diversificar o fornecimento de energia primária e final com todas as tecnologias de baixo e zero carbono.

Acelerar a eliminação gradual de combustíveis fósseis.

Aumentar a eletrificação de todos os setores com foco na energia renovável e na energia nuclear. Novas formas de armazenamento de energia (elétrico, mecânico, térmico e químico) precisarão de ser desenvolvidas para reduzir a necessidade de backup energético.

Construir a capacidade para apoiar a inovação generalizada de tecnologias de baixo e zero carbono incluindo sequestro de carbono, uso e armazenamento, Ccus, hidrogênio e energia nuclear avançada.

Ainda que as abordagens sejam diferentes no nível sub-regional na Europa, o relatório aponta políticas específicas para os governos. O documento também pede o aumento da transferência de tecnologia e a mobilização da capacidade institucional para planejar de dirigir sistemas de energia transformadores. Essas ações podem apoiar a adoção dessas medidas por todos os interessados para formar sistemas seguros e acessíveis neutros em carbono.

Os países devem também levar em conta o impacto comparativo das tecnologias. O relatório lembra que uma cooperação internacional coordenada é essencial para alcançar a neutralidade em carbono. A agência da ONU fornece uma plataforma para esses novos padrões regras e normas de um estilo de vida que integre essas mudanças em parcerias público-privadas.

Nesta semana, o Palácio das Nações, sede da ONU em Genebra, abriga a Semana da Energia Sustentável que conta com representantes dos 56  países da Unece. O evento debate a formação de sistemas mais limpos de energia.

Os organizadores lembram que a Covid-19 foi apenas uma de uma série de crises enfrentadas pela região europeia o que se traduz em desafios e expõe as vulnerabilidades dos sistemas energéticos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.

Busca