Ex-presidente da OAB/RS pede ao TSE detalhes de 37 pesquisas suspeitas
Ricardo Breier, uniu-se ao advogado João Darzone e evocaram a Lei de Acesso à Informação para obter dados não divulgados pelos institutos
Do Diário do Poder
Após divergências entre pesquisas eleitorais e o resultado das urnas no 1º turno, o ex-presidente da Ordem de Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB/RS), Ricardo Breier, uniu-se ao advogado João Darzone na iniciativa de evocar a Lei de Acesso à Informação para obter do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o acesso às planilhas dos institutos de pesquisas, contendo dados detalhados de seus métodos, cálculos e critérios de desvio padrão.
O objetivo do ofício protocolado na terça-feira é dirimir dúvidas sobre a existência, ou não, de manipulação ou fraude em 37 pesquisas eleitorais.
“Caso, esta Corte não disponha de tais dados, urge que se estabeleça institucionalmente a aferição dos mesmos, através de grupo de trabalho específico, com o fim de dirimir quaisquer dúvidas a respeito da transparência, legitimidade e legalidade dos critérios das pesquisas eleitorais presentes e futuras”, diz o ofício enviado ao TSE.
Erros inadmissíveis
Em entrevista à Rádio Band News FM, em Porto Alegre, Breier destacou ontem que os institutos de pesquisa no Brasil e no mundo possuem uma função social fundamental, e têm que ter uma forma de credibilidade, que deve se dar pelos seus resultados, e no encontro ou não destes com os resultados das urnas.
Ele evidencia que o fato de o Brasil ter visto nas últimas eleições resultados de pesquisas completamente diversos do resultado final das eleições coloca em dúvida a própria figura dos institutos, a sua metodologia, o seu desvio padrão, qual o critério geográfico, e os perímetros que possam apontar estes dados para a divulgação de pesquisa.
“Se a lei hoje determina que são só critérios objetivos [para legitimar os dados das pesquisas a serem divulgadas], a gente está propondo que o Tribunal também reavalie isso; e possa exigir ainda maior transparência na questão metodológica e na questão dos dados coletados. Porque você pode ter uma metodologia correta e os dados serem inseridos de alguma forma diversamente, por algum erro de desvio padrão. Nós não temos isso. Isso não está transparente”, argumenta o ex-presidente da OAB/RS.
Ele conclui que, muito embora os institutos de pesquisas dizem que no seus sites colocam todas as pesquisas, de alguma forma, com a maior transparência possível, é inadmissível um erro grave como aconteceu nesta eleição e como aconteceu na anterior. “Algo está fora da ordem e nós temos que encontrar isso”, alerta.

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