Um Mar(aranhão) de oportunidades perdidas 1
Artigo de Simplício Araújo*
Nos últimos anos tenho lamentado que grandes oportunidades e potencialidades naturais presenteadas por Deus aos maranhenses estejam sendo perdidas sem que nosso povo sequer perceba.
Vou escrever sobre algumas, fatos e riquezas, que já perdemos nos últimos anos e podem não voltar, ou não ter mais tanto valor para ajudar a mudar a realidade do povo pobre do Maranhão.
Obrigatoriamente, nesse primeiro, tenho que começar pela política e pelos políticos. Essa Classe privilegiada que já foi detentora da maior movimentação econômica financeira do nosso estado, e que hoje em alguns municípios, notavelmente os mais atrasados e com piores indicadores, ainda atuam pior que os coronéis do passado, chegando a passar destemidamente por cima até da justiça e do Ministério Público.
O combate às oligarquias, atraso e a fome continua servindo apenas de retórica ou narrativa política durante os períodos eleitorais. Essa semana a recondução do atual governador foi um exemplo, ato vago, sem participação popular ou anúncios efetivos de decreto, lei ou política pública concreta e visível para os próximos anos. Uma Reunião para políticos, um para autopromover-se, outros para buscar ou manter espaço. Tipo de evento onde os shows pirotécnicos de fogos, atrações musicais e suntuosidade nababesca em estrutura de iluminação e som são usados para esconder a falta de capacidade intelectual e de gestão. Assim também tem acontecido em muitos municípios comprovadamente oligárquicos, que usam a fome e o atraso apenas para levantar incríveis fortunas e patrimônios de prefeitos e aliados, afundando as cidades em indicadores cada vez piores, condenando o futuro de seus moradores a pobreza, em alguns casos aguda e extrema.
A riqueza ou a mudança tem chegado aos nossos municípios pela mão da iniciativa privada ou movimentação da própria população, como é o caso de Balsas, um dos maiores PIB’s do Nordeste, e São Pedro dos Crentes, município que evoluiu pela mão da população evangélica obrigando a classe política a seguir no mesmo rumo, ou abandonar a carreira.
Irei tentar demonstrar nesses artigos que tanto o governo do estado como os prefeitos não tem mais o poder de antigamente, muitos perderam grandes oportunidades de dar um saldo na qualidade de vida dos habitantes por completa incapacidade de seus últimos gestores, afinal suas áreas territoriais possuem riquezas naturais, de mercado ou vantagens incompreendidas pela maioria de seus “líderes”.
Eu sempre olhei para a política enxergando um potencial para o progresso geral, do povo e do estado.
Hoje tenho a certeza que o governo do estado e prefeituras não retirarão nunca o Maranhão da pobreza e da fome. Mas sigo acreditando na força do nosso povo e nos potenciais que ainda podemos usar a favor do nosso estado.
Para acabar com esse ciclo é preciso que a população entenda a capacidade e o tamanho de cada município e do governo do estado do Maranhão. Senão continuaremos reféns da mentira e da frustração. Uma usada exaustivamente nas campanhas e a outra conduzindo nosso povo para o descrédito e desesperança.
As campanhas políticas estão premiando muitos desqualificados, que não temem os órgãos de fiscalização, controle e justiça, pois vence quem mais mente, usa mais dinheiro e abusa das máquinas públicas, em alguns casos em conluio com quem deveria fiscalizá-los.
O que muitos chamam de pragmatismo, que é essa “união” dos que ocupam cargos e máquinas públicas, para realizar metas pessoais, familiares ou de pequenos grupos, usando e abusando de recursos públicos, Eu chamo de covardia com a população e rendição ao velho sistema político responsável pela miséria e atraso do Maranhão.
Tivemos oportunidades de rupturas abençoadas por Deus e pelo povo, chances para impor uma nova dinâmica social e política, executar projetos e ações para mudar a realidade maranhense, mas elas derreteram ou foram rendidas, humilhadas, pela velha e carcomida política. Alguns dos que pregavam mudança não buscavam a transformação e evolução para o povo, buscavam apenas o lugar dos que diziam combater.
Tudo nos levando a um Mar de oportunidades perdidas em decorrência de soberba, vaidade, patrimonialismo, pragmatismo apenas para projetos pessoais de poder…
Eu sigo acreditando em dias melhores, mas não na capacidade da maioria da classe política maranhense. Eles tem a poder de mudar as suas vidas, mas poucos contribuem para mudanças nos indicadores sociais ou para um legado positivo para as pessoas e cidades. O mais comum é o político sair rico, ou muito mais rico, e a cidade mais pobre, com o povo condenado ao atraso.
“Mas a política sempre foi assim” é um mantra que usam após chegar ao poder, quem está fora, querendo entrar, só prega maravilha e capacidade de “fazer melhor e diferente”.
Vejo com tristeza a máquina pública estadual atualmente sendo usada para ampliar poder sobre poderes que deveriam ser independentes, até mesmo em outro ente federativo, sob o silêncio absoluto de órgãos de controle e fiscalização.
Esse modelo atual nos remete aos anos 50, quando o povo não podia acompanhar e cobrar as promessas e compromissos dos políticos. Tentam controlar o governo a mão de ferro, se apropriar dos demais poderes, calar uma parte da imprensa, perseguem e cooptam quem pensa ou defende algo diferente.
Otimista por natureza, mesmo com os graves sinais já emitidos, confio ainda numa grande mudança, a ponto de avisar a aqueles que acham que “a política do Maranhão nunca mudará” que a resposta tarda mas não falha, nosso povo não vai continuar largado a beira da estrada, assistindo as oportunidades e o tempo passar.
O povo do Maranhão não aguenta mais bancar regalias, festas de arromba e pessoas incapazes em cargos públicos.
A política do Maranhão já mudou SIM! Se não houver gestão, projeto e compromisso, não haverá futuro para o Maranhão nem para quem se acha melhor e maior que todos os maranhenses.
*Simplício Araújo é deputado federal

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