DIA MUNDIAL DA POESIA
Por Antonio Guimarães De Oliveira Guimarães, jornalista, escritor e poeta
Poesias são construções poéticas abstratas, contidas nas mais variadas formas de arte, principalmente na literatura. Nessa data (21 de março), que foi implementada em uma Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Visa justificar a importância da poesia enquanto manifestação artística comum a toda a Humanidade. Em nossas palestras, ou mesmo em parlatórios, salas de aulas, somos, muitas vezes, inquiridos: o que é ser poeta e criar poesias e poemas? Respondo-lhes: Embora a eternidade seja uma realidade, o fato é que se torna impossível compreendê-la, através de nossas mentes conturbadas de paixões, e isso de um todo nos empurra a um mundo mágico (interno). Torna-se às vezes, difícil, mas não impossível responder a tal pergunta, pois somos donos de nossas vontades, mas não dos nossos sentimentos. Eles simplesmente existem e se manifestam de forma peculiar. Em um momento de lucidez "alcoólica ou mesmo do absinto", o poeta Charles Baudelaire, falou o seguinte: "Para não ser o escravo mártir do Tempo, embriague-se; embriague-se sem parar! De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser”. Acredito, nesse momento, ao escrever esse pensamento, o mesmo encontrava-se lúcido ou vagando em pensamentos sombrios. Mesmo diante das inúmeras dificuldades e impossibilidades, não existirá honra ou glória em deixar o sentimento fluir e se perder. O poeta é um capturador de sentimento. E usa as formas poéticas para retratar essa imensidão de "sentir". É impossível desistir de escrever e de criar. Está na natureza humana. Desistir? Ora, isso é uma obra do acaso... Também perguntam-me quais as dez maiores poesias do Mundo: Respondo-lhes: Os Lusíadas (Luís de Camões), Canção do Exílio (Antônio Gonçalves Dias), A Terra Desolada (T. S. Eliot), Tabacaria (Fernando Pessoa), Máquina do Mundo (Carlos Drummond de Andrade), Velejando para Bizâncio (William Buttler Yeats), À Espera dos Bárbaros (Konstantinos Kaváfis), O Cemitério Marinho (Paul Valéry), Hugh Selwyn Mauberly (Ezra Pound), Poema Sujo (Ferreira Gullar), Soneto da Fidelidade (Vinícius de Moraes), No Meio do Caminho (Carlos Drummond de Andrade), No Brasil: Triste Bahia (Gregório de Matos Guerra), I-Juca Pirama (Antônio Gonçalves Dias), O Navio Negreiro (Castro Alves), Violões que choram (Cruz e Sousa), Meditação sobre o Tietê (Mário de Andrade), Antibiótica Nomenclatura do Inferno (Nauro Machado), Vou-me embora pra Pasárgada (Manuel Bandeira), Os ombros suportam o mundo (Carlos Drummond de Andrade), A Invenção de Orfeu (Jorge de Lima), A Rosa de Hiroshima ( Vinicius de Moraes), Fala aos inconfidentes mortos (Cecília Meireles) Morte e Vida Severina (João Cabral de Melo Neto), Os Poemas (Mario Quintana).
No Maranhão, Antônio Gonçalves Dias, com sua canção do exilio reina absoluto, sua história e seu amor platônico por Ana Amélia, Joaquim de Sousa Andrade (Sousândrade), e seu errante e futurístico "O Guesa", Maranhão Sobrinho, um boêmio inveterado e seus “Papéis Velhos”, Antônio Lôbo, um tísico suicida e sua “Carteira de um Neurastênico”, Raimundo Correia e seus “Primeiros Sonhos”, Bandeira Tribuzi e sua “Louvação a São Luís”, José Chagas e seus telhados e a sua “Maré Memória”, Lago Burnett e sua "Estrela do Céu Perdido", Manoel Guimarães e seu novo estilo (sem pontuação visível) se valendo de reticências e colchetes, somente, tentando construir e vivenciar aspectos de um passado sombrio, dentre outros aspectos...
O aluno Aparício (meu aluno), provocante, lá no fundo do auditório, continua questionando-me: na Atenas Brasileira, ainda existem poesias marcantes? Sim, afirmo: poetas, poesias e poemas ainda marcantes, e com nomes, normas e estilos. Citarei nomes e constelações, que ainda orbitam entre nós, perdoe-nos as omissões não propositadamente, mas somente pela memória. Ei-los: José Maria Nascimento, Mhario Lincoln. Manoel Guimarães, Herbert de Jesus Santos, José Alexandre Júnior, Ewerton Neto, Laura Amélia, Ivan Sarney, Antonio Guimarães, Luis Augusto Cassas, Joselito Veiga, Edmilson Sanches, Francisco Baia (Aiab), Kleber Lago, Luísa Cantanhede, Paulo Melo e Sousa, Linda Barros, Danilo, Sharlene Serra, Eloy Melonio, Chico Tribuzi, Salgado Maranhão, GIlmar, Joãozinho Ribeiro, Roger Dageerre, Fernando Novaes, Florisvaldo Sousa, Ricardo Miranda Filho, José Eulálio Figueiredo, Joaquim Itapary, Josias Sobrinho, Lourival Serejo, Firmino Freitas, Couto, Aurora da Graça, Helcio Silva, Bruno Tomé Fonseca, Regis Furtado, Nicolau Fahd, Dilercy Aragão Adler, Júlia Emília, Albert Mont Blanc, Wanda Cunha, Carlos Furtado, Cristiano Sardinha, Hagamenon de Jesus, Sebastião Ribeiro, Cristiane Lago, Raimunda Frazão, Goreth Pereira, Rafaela Rocha, Sabryna Mendes, Roberto Franklin, Uilmar Junior, Carvalho Junior, Rogério Rocha, Arlete Nogueira da Cruz, Bioque Mesito, Antonio Aílton, Daniel Blume, José Neres, Sônia Almeida, Anely Guimarães, Alex Brasil, Rossini Corrêa, Arthur Prazeres, Zé Lopes, Fernando Reis, João Batista do Lago, Edomir Oliveira, Wescley Brito, Marcos Boa Fé, Nerlir, Pedro Neto, Kalynna Dacol, Adonay Ramos, Barrozo Braga, Evandro Júnior, Neurivan Sousa, Wybson Carvalho, Ivone Silva Oliveira, Nonato Reis, José Carlos Sanches, Carlos Alberto Lima Coelho, Mário Luna, Ceres Fernandes, Wilson Martins, Wilson Cerveira, Bentivi, Antonio de Pádua Silva Sousa, Ferreira da Silva, Moisés Abílio (in memoriam), José Raimundo Gonçalves (in memoriam), Félix Alberto, Celso Borges (in memoriam), Nathan Sousa, Adriana Araújo, Paulo Rodrigues, Kissyan Castro, Rogério Du Maranhão, Augusto Pellegrini, Antônio Melo, Bruno Azevedo, Diego Amorim, Manuel da Cruz Evangelista, e outros.
Finalizo a palestra, dizendo-lhes que nos resta continuar criando, não importando quantas vezes caímos, pois levantaremos e lutaremos, vez que nossas belezas estão em nossas verves e vidas. Às vezes, poderemos acordar ou não nos amanheceres, com raios ou trovões, e constatarmos o esplendor do Universo, em uma obra do Criador, e que nunca nos faltem esperanças nesse novo amanhecer...
(Antonio Guimarães de Oliveira - 21.03.2024 - São Luís-MA).

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