terça-feira, 20 de maio de 2025

Bebês “reborn” dividem opiniões e despertam debate sobre maternidade e saúde emocional - Por Mhario Lincoln, advogado, jornalista, escritor e poeta


Bebês “reborn” dividem opiniões e despertam debate sobre maternidade e saúde emocional

Até onde essa nova onda vai levar os brasileiros e brasileiras?



Por: Mhario Lincoln

Fonte: Editoria-geral da Plataforma Nacional do Facetubes

19/05/2025 

Do Facetubes


Editoria-geral da Plataforma Nacional do Facetubes


O fenômeno dos bebês reborn ganhou as prateleiras, os corações de muitos e agora, o centro de um intenso debate cultural e psicológico. Enquanto alguns os consideram ferramentas terapêuticas para lidar com a dor, a perda ou o desejo não concretizado da maternidade, outros veem nessa prática um sintoma alarmante do colapso emocional e espiritual da sociedade contemporânea.

A febre dos bonecos hiper-realistas, moldados em silicone e pintados artesanalmente para simular bebês reais, não é apenas uma excentricidade ou moda passageira. Para uma geração cada vez mais anestesiada pela solidão e pelo niilismo, eles se tornaram substitutos emocionais de filhos.

O que à primeira vista pode parecer inofensivo ou até comovente, para críticos do fenômeno representa a negação violenta da realidade: adultos em pleno uso de suas faculdades mentais alimentam, vestem e criam vínculos afetivos com bonecos sem vida, em um simulacro que beira o ritual.

Essa maternidade fictícia não se limita ao ambiente doméstico. Há encontros de "mães reborn", chá de bebê, ensaios fotográficos e até creches destinadas exclusivamente a esses bonecos. A indústria prospera, oferecendo desde enxovais completos até serviços psicológicos para validar a experiência. Influenciadores promovem a prática, psicólogos emudecem, e a sociedade, em muitos casos, aplaude. Trata-se, segundo analistas críticos, de uma epidemia psíquica que transforma a insanidade em estilo de vida.

A prática dos bebês reborn é lida por muitos como uma tentativa desesperada de preencher um vazio existencial. Em um mundo onde o sofrimento real é evitado a qualquer custo, simular o afeto torna-se mais fácil do que enfrentar a dor, a morte e os desafios da maternidade autêntica. É uma escolha que, para seus opositores, não cura, mas afunda ainda mais os envolvidos na alienação, oferecendo um consolo ilusório para uma dor verdadeira.

Paradoxalmente, enquanto bebês reais são abandonados, abortados ou vivem à margem, os bebês reborn recebem cuidado, atenção e investimentos financeiros significativos. Isso escancara uma contradição social: a romantização do afeto plástico e a marginalização da vida real. Para os críticos mais ferrenhos, estamos diante de uma humanidade que prefere o faz de conta à dureza do real, que embala bonecos frios com amor histérico enquanto negligência crianças de carne e osso.

Entretanto, há vozes dissonantes nesse debate. A psicóloga clínica e terapeuta infantil Beatriz Moura defende que os bebês reborn podem desempenhar um papel benéfico em contextos específicos. "Em alguns casos de luto, infertilidade ou transtornos de ansiedade, o uso controlado e acompanhado desses bonecos pode ajudar no processo terapêutico. Não se trata de substituir a maternidade real, mas de oferecer um meio simbólico de expressão emocional", explica a especialista. Para ela, como em qualquer ferramenta terapêutica, o uso ético e supervisionado é o que define seu valor.

A discussão segue acalorada, refletindo tensões profundas sobre o que é real, o que é simbólico, e até onde a sociedade está disposta a ir para anestesiar suas dores mais profundas. No vídeo abaixo, recuperado do Facebook, Karina Michelin faz uma dura crítica a esse novo fenômeno. O vídeo é postado aqui nesta matéria, a fim de que, ambos os lados – os favoráveis, enquanto terapia controlada e os não favoráveis - possam discernir melhor sobre o caso dos bebê reborn. A Plataforma Nacional do Facetubes exerce, aqui, apenas um instrumento de divulgação do fato.


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