terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A morte existe?


Para onde vamos após a morte do corpo físico?
Este texto que estou divulgando abaixo recebi de um amigo, via e-mail. É um depoimento, como está dito, recolhido dos anais espíritas. Autor? Não sei... Diz ser depoimento de um político corrupto que desencarnou, sofreu e se fez arrependido. Fica claro, no entanto, que todos cometemos erros e acertos. Mas o nossa passagem pela Terra é um aprendizado. Que este texto, que não é de minha autoria e nem sei quem é o autor, sirva de reflexão. Eis o texto:

O Político...depoimento chocante após a morte.
                Depoimento recolhido nos anais espiritas.
 
Sentia dores, estava inquieto no leito daquele hospital moderno e luxuoso. A família me fazia companhia, eles estavam tristes, abatidos e lagrimosos.
Não dormia tranqüilo, meu sono era agitado e tinha pesadelos, nos quais escutava vozes me dizendo impropérios.
Acordei e não abri os olhos; escutei meu filho e meu genro conversando baixinho.
- Temos que tomar todas as providências. Seu pai, pelo que nos dizem os médicos, irá falecer logo. Temos que tirar o dinheiro de seu nome, até mesmo, fechar aquelas contas bancárias.
-Você tem razão, vou agora mesmo falar com mamãe, ela tem conta conjunta com ele. Com certeza minha mãe nos dará autorização para fecharmos aquelas contas e colocarmos o dinheiro no meu e no seu nome. É mais seguro!
Magoei-me, porém eles estavam fazendo o que eu sempre fizera: sendo práticos. Os dois tinham razão. Aquele dinheiro não deveria continuar no meu nome. Tremi de medo. Eles falaram que eu estava morrendo.
E pela primeira vez, indaguei-me o que seria morrer. Havia freqüentado, pelo social, para arrecadar votos, muitas igrejas, templos, e ouvido vários sermões, aos quais, infelizmente, não dera muita atenção. Mas algumas coisas do que ouvira, vieram naquele instante a minha mente: “Eu acabaria com a morte?”
Ao pensar nesse fato, apavorei-me. Acho que ninguém quer ser extinto. Creio que nada se acaba, até pela lei da natureza, tudo se transforma, e comecei a pensar.
“Céu ou inferno? Prefiro que não existam, senão irei com certeza para o inferno.
“Dormirei até o julgamento? Também não gostei dessa teoria. Se houver uma sentença, por justiça, não me darei bem. Desencarnei como dizem os espíritas? Se assim for, no Além terei comigo somente os atos que fiz, os bons e os maus.”

Tinha dinheiro que sustentava meu luxo. A família e os amigos, ali ao meu lado, esperavam minha morte. Somente restavam-me as obras, essas iriam comigo.
Abri os olhos, os dois sorriram para mim, e meu filho disse:
- Papai, o senhor ficará bem! Mas estou preocupado. Será que não é prudente tirarmos o dinheiro de suas contas bancárias?
- Sim – respondi com dificuldade – Faça filho, o que for melhor. Mas não deixe sua mãe sem nada.
- Claro que não, papai. Mamãe tem muitos imóveis em seu nome e os senhores são casados com separação de bens.
Ele saiu e meu genro ficou ao meu lado. Comecei a delirar. Via vultos, ouvia algumas risadas, e fui piorando.
- Ele morreu! ouvi do médico. Choros e risadas.
Minhas esposa e filha estavam ao meu lado chorando.
- Meu pai morreu! Que tristeza!
- Fiquei viúva! Que será de mim sem ele? Como cuidar dos negócios?
“Morri! Meu Deus! E agora?”
“Ficará aí para ver e ouvir outros hipócritas como você”
- falou um vulto, gargalhando.
Que sensação estranha. Senti a equipe médica desligar os aparelhos e tirar as sondas. Meus familiares se afastaram, fui levado para outro local. Limparam-me, colocaram-me outra roupa e me maquiaram. Depois me acomodaram numa urna luxuosa, com muitas flores.
Sentia, via, pensava, escutava, mas não me mexia ou falava. E a todo instante me indagava cada vez mais aterrorizado: “E agora?”
E os acontecimentos vieram. Fui levado ao velório. Que horror! Os familiares chorosos, vestidos de luto, discretos, comportavam-se como a sociedade exigia. Amigos e mais flores foram chegando. Escutei muitos comentários. Poucos faziam orações. Agiam como eu quando ia a velórios. Várias conversas, pessoas que havia tempos não se viam, falavam de tudo: negócios, esportes, mulheres, fofocas e muito sobre mim. Infelizmente, não mentiam.
Minha esposa comporta-se com dignidade. Parecia que adivinhava o que alguns diziam: “Fora traída”. Tive muitas amantes.
Os filhos não sentiam muito, sempre fora um pai distante. Dinheiro e política sempre vieram em primeiro lugar.
Foi um horror! Via e ouvia tudo. Apelei mentalmente e pedi; “Deus! Misericordioso Pai, ajude-me!”
“Quantos lhe pediram por Deus! Você os atendeu? Ficará aqui e verá tudo. Ouvi alguém dizer.
Notei então, que três vultos estranhos estavam do lado de trás do meu caixão, observando-me, e fora um deles quem falara.
Ouvi desesperado que estava na hora do enterro. “E agora?” – perguntei de novo com muita aflição.
Fecharam a tampa. Estranho, vi-me dentro e fora da urna funerária. Discursos. Quanta hipocrisia e mentiras! Colocaram o caixão no túmulo luxuoso com muitas coroas de flores. Todos se afastaram. Um dos vultos me disse:
- Agora terá a resposta para o que tanto indaga. Verá o que é de fato a morte para você que é ladrão e corrupto! Ficará aí dias junto do corpo de carne que tanto cultuou. Aproveite para pensar no que fez de errado!
O escuro, o silêncio e o nada. Não sei explicar como, pois não os via ou ouvia, mas sabia que aqueles três vultos continuavam por perto, vigiando-me. Apavorei-me com o fato de estar ali preso. Achei que iria enlouquecer. Somente tinha a certeza de que de fato morrera. Mas que continuava vivo!
Foi apavorante. Estava sozinho. A família, quando terminou a cerimônia do sepultamente, foi embora. Estavam cansados e pelas suas feições, estavam ansiosos para que tudo terminasse. Amigos? Acho que poderia tachar de amigos somente uns três, os quais não podiam fazer mais nada por mim. O resto eram conhecidos, companheiros e até inimigos disfarçados. Dinheiro; lutei tanto para tê-lo, e o que ele me deu? Uma urna de luxo, flores e um túmulo de mármore. E naquele momento a riqueza material não me valia para nada.
Não vou intensificar o horror que passei. Vermes me comendo, dores, frio, sede, fome e muito medo. Estava enlouquecendo. Padeci muito!
- Vem
Escutei uma voz e alguém me puxou. Fora do caixão sentei em cima do túmulo. Consegui ver os vultos, eram três homens e um deles falou:
- Você merecia ficar aí até seu corpo carnal virar pó. Mas o chefe quer julgá-lo. Vamos.
Pegaram-me pelos braços, saíram comigo do cemitério. Estava confuso, senti certo alívio pelo ar que batia no rosto.
Chegamos a um local estranho e me deixaram num salão. Senti muito medo. Eu acostumado a mandar, receber agrados e elogios, estava sendo humilhado e tratado como um ser desprezível.
Vi então uma cena aterrorizante. Era um julgamento conjunto de pessoas como eu, mortas-vivas. Para julgar estavam ali um homem e uma mulher. Outro homem falava sobre os julgados e o que eles haviam feito.
Chegou a minha vez.
- Você foi político! A lista de seus erros de pecados é grande! Gostava de orgias! Mulheres lindas e noites de farras! Disse muitas mentiras! Enganou o povo já tão sofrido. Recebeu dinheiro para fazer favores etc.
De fato, a lista era grande e tudo verdade. Fui condenado.
- Será escravo! Chega de ser servido! Vai aprender a trabalhar!
Colocaram um aro de ferro em meu pescoço e fiquei preso a uma corrente. Um homem me puxou. Começou para mim um longo período de muito sofrimento e humilhação. Gargalhando, um grupo de homens de aspecto maldoso, aproximou-se, despiu-me, deixando-me somente de calça; bateram-me muito, cuspiram em mim e xingaram-me.
Sabia que havia morrido. Ou melhor, que havia desencarnado. Meu corpo físico estava lá no cemitério virando pó e meu espírito vivo. Ali sofri horrores.
Foram muitos anos de padecimento. Ao ser solicitado pela Espiritualidade para relatar minha vida após morte, não narro tudo o que passei senão o meu testemunho ficaria extenso, pois não teve um dia no “umbral” (esse é o nome do local onde me encontrei após a morte) que não sofri, sempre fui humilhado e maltratado. Eles riam do meu padecimento.
- Por que reclama? – diziam meus carrascos. – Você se importou com as pessoas que sofriam? O dinheiro que roubou que pegou indevidamente não foi causa de sofrimentos a outros?
Certo dia, comecei a achar que agira errado. Que vivera encarnado, enganando e enganado. Meu choro passou a ser diferente e passei a ajudar os companheiros de infortúnio.
Recordei-me de alguns atos bons que fizera, as esmolas que dera, favores que prestara e mesmo os que foram realizados por interesse. Nesses momentos sentia um pouquinho de alívio. Lembrei-me de Deus de modo diferente, como um Pai, o qual antes desprezara e que agora sentia falta. O remorso me fez ver que era merecido meu sofrimento. Abusara dos prazeres, não seguia nenhuma religião e sentia falta de uma crença.
Sabia que muitos outros políticos sofriam muitos mais do que eu. Os que foram muitos desonestos e corruptos padeciam no umbral, de forma pior do que se fosse no inferno, se esse existisse. Muitos ficavam presos a caverna dos horrores, num buraco escuro e fétido sendo torturados e humilhados.
Um dia, um moço aproximou-se de mim, abriu o aro do meu pescoço com facilidade e disse:
- Vou tirá-lo daqui, siga-me quieto!
Saímos daquela cidade, paramos em frente de um veículo, entramos nele, e fui levado a um hospital. Lá, fui tratado com dignidade, bondade e me recuperei.
Muitos desencarnados ao passarem pelo que passei enlouquecem, tornam-se débeis; porém eu tive consciência e muito sofri. Padeço ainda, não consigo esquecer o que fiz de errado, sinto remorso, e esse sentimento me cobra, mas também me faz ter vontade de acertar.
Mas o que mais sinto é ver meus familiares seguirem o mau exemplo que dei. Com certeza irão passar e sofrer o que sofri. E não posso fazer nada. Poderia até tentar, mas eles não acreditariam. Para minha família morri e acabei.
Penso que seria bem mais fácil morrer e acabar. Mas não é assim.
Foi longo o tratamento com o aprendizado que recebi.
Sei de pessoas honradas e idealistas que foram e são políticas. E àqueles a quem muito foi dado e souberam usar, dignos serão de receber mais. E espíritos que passam por essa prova e trabalham se dedicando com amor à arte de governar, são vencedores, eu os admiro. Sei que é difícil ter dinheiro e poder. Mas se muitos aprenderam a usar sem abusar, outros podem seguir seus bons exemplos.
Para mim, foi apavorante defrontar com a desencarnação. Não com o ato em si, mas com as conseqüências de meus erros. Aprendi com a dor. E tenho um propósito de colocar em prática esses ensinamentos.
Quero reencarnar para ter a benção do esquecimento e de um recomeço. Desejo esquecer o que fiz de errado e tentar fazer o certo.
Tenho orado muito para ser honesto, anseio por ter essa virtude e provar a mim mesmo que posso ser uma pessoa de bem.

 
 

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