quarta-feira, 12 de junho de 2013

Sarney controla a tranca; porém, não fecha a porta II



2 - No Maranhão muitos pulam fora do barco do Sarney, geralmente, no entanto, a tentação de voltar, mesmo a nado, é grande e divertida, não importando o tempo de espera. O mais recente exemplo aconteceu com o ex-deputado Clodomir Paz. Por isso, o Sarney, mesmo controlando a tranca, não fecha a porta.
Como escrevi ontem, no primeiro capítulo de "Sarney controla a tranca; porém não fecha a porta", o PTC, dirigido no Maranhão pelo habilidoso e inteligente deputado Edivaldo Holanda, havia acertado, em 2006, apoio à candidatura do ex-ministro Edson Vidigal ao governo do Maranhão. Havia! Simplesmente havia!...
Não sei que diabo deu e o apoio foi retirado. Aquela euforia vidigalista, que impregnava de esperança o ambiente do edifício Lisboa, não mais existia. Edivaldo mandou limpar as paredes... O saudoso Laércio, amigo de todos e amado por todos, era o que mais apresentava cara de espanto com a decisão. Ele também queria o Vidigal como nosso candidato...
Perguntei a Edivaldo: O que aconteceu?
- Hélcio de Jesus, depois te conto... (ele me chama de Hélcio de Jesus)
Naquela época o Sarney sentia golpes profundos, que ele diagnosticava como doença da traição.
Zé Reinaldo, rompido com o antigo grupo, era o governador do Estado e controlava fortes lideranças políticas contra o coronel, seu ex-chefe. Investiu em três candidaturas ao governo do Estado, com o objetivo de levar a decisão do pleito para o segundo turno e derrotar Roseana, filha do Sarney...  Muita gente virou reinaldista... O reinaldismo, como onda da moda, atraiu Flávio Dino e Edson Vidigal, duas consagradas inteligências no campo da área jurídica. Zé Reinaldo reunia todos no chamado Quartel da Resistência. O objetivo do Zé era esmagar o Sarney, uma oligarquia de 50 anos.
O PTC formava a coluna espiritual/evangélica do quartel de Zé Noel... Parecia regime militar, pelo fato de as normas serem rígidas, quando o objetivo era triturar o Sarney. Ninguém imaginava pular fora do barco, mesmo que fosse somente para tomar uma cafezinho com o barão de Maguary.
Lembro que o Zé Reinaldo mandou buscar até o dr. Lourenço (Lourenço Tavares), ex-saneista, para fazer parte da grande luta. A primeira tarefa do dr. Lourenço foi tentar levar o deputado Manoel Ribeiro  para uma reunião com Zé Noel. Lourenço amanheceu certo dia na casa de Manoel, no bairro do Olho D'água, para um café com leite de cabra e torrada de pão doce... A conversa durou até pela hora do almoço, mas o deputado não cedeu e permaneceu no grupo do senador Sarney. A imprensa divulgou a história desse café. No dia seguinte fui ao gabinete de Manoel na Assembleia, que ainda funcionava na rua do Egito...  O deputado confirmou o café com Lourenço, porém, negou ter sido com leite de cabra...

Continuarei amanhã com o assunto... Será o 3º capítulo.

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