terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Pela primeira vez, programa habitacional em Curitiba constrói casas com aquecimento solar
Um sistema de aquecimento solar está sendo implantado pela primeira vez no programa habitacional do Município de Curitiba. As 66 casas do conjunto Moradias Nilo, em obras no Alto Boqueirão, estão sendo equipadas com placas que aproveitam a radiação do sol para aquecer a água a ser utilizada no chuveiro. O investimento na instalação do equipamento representa menos de 5% do custo de cada unidade e reduz em até 50% o consumo residencial de energia elétrica.
“É um investimento relativamente baixo se considerados os benefícios futuros, tanto para as famílias que economizam nas suas contas de luz, como para o meio ambiente, pois trata-se de uma fonte de energia limpa e renovável, que não traz danos à natureza”, afirma o diretor técnico da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), João Carlos Vianna.
O Moradias Nilo está sendo construído com investimento de R$ 4 milhões, recursos do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. As 66 casas serão destinadas para famílias que vivem em situação de risco social na Vila Nova, uma ocupação irregular situada ao lado do canteiro de obras do novo conjunto.
A implantação do sistema de aquecimento solar da água é uma exigência do programa federal para os novos contratos de unidades térreas destinadas a famílias com renda até R$ 1,6 mil.
Funcionamento
O equipamento utilizado consiste em uma placa de vidro instalada no telhado da residência e conectada a um reservatório térmico de inox, que por sua vez também se liga à caixa d'água. No interior da placa de vidro existe uma serpentina de condutores de energia feitos de cobre e alumínio. A função da placa é captar a radiação solar e aquecer a água que passa pela serpentina. O reservatório acondiciona e mantém a água aquecida, com possibilidade de utilização eficaz mesmo depois que o sol já se pôs.
Em Curitiba é comum a ocorrência de dias nublados em sequência. Por este motivo o equipamento conta com um sistema auxiliar que utiliza energia elétrica para garantir a água quente mesmo em dias em que o sol não aparece.
Segundo o diretor da construtora responsável pela obra, Fernando Klass, o chuveiro está entre os aparelhos que mais consomem energia em uma residência. “A economia de energia é significativa porque o chuveiro é dos aparelhos que mais eleva a conta de luz. Nestas casas os chuveiros só precisarão usar energia elétrica em situações específicas, sempre que for necessário”, afirma.
Sistema construtivo
A implantação do sistema de aquecimento solar não é o único aspecto pioneiro do Moradias Nilo. O empreendimento está sendo construído por meio de um novo método construtivo chamado wood frame (moldura de madeira), no qual a casa é erguida sem o uso de tijolos.
A única semelhança com o modelo convencional é a fundação radier (laje de concreto armado) onde são instaladas as paredes, que são formadas por painéis que já vêm prontos de fábrica. Além de madeira, os painéis contêm malha de garrafa pet, que garante isolamento térmico e acústico e também levam uma manta asfáltica para evitar infiltrações. As tubulações hidráulica e elétrica vêm embutidas no interior das peças.
O método de construção permite que uma casa, sem a cobertura, seja erguida em menos de três horas. Contando a execução do telhado e dos acabamentos, em uma semana a moradia está pronta para ser habitada. O novo sistema contribui com o conceito de sustentabilidade, pois causa menor impacto ambiental ao gerar menos resíduos.
O contrato desta obra determina um prazo de 15 meses para a conclusão, mas o novo sistema vai permitir uma agilidade maior. Iniciada há três meses, a obra já foi 57% executada.
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