Os técnicos do Banco Central entram em greve de 30 de março a 3 de
abril, justamente na semana em que o BC completa 50 anos. Segundo
informações do sindicato da categoria (SinTBacen), o movimento tem
apenas o objetivo de expor a insatisfação dos servidores e pressionar o
governo a cumprir os acordos assinados (2005, 2008 e 2012), que
garantiam a reestruturação da carreira, inclusive com a exigência de
nível superior em concursos públicos.
Segundo Willekens Brasil,
vice-presidente o SinTBacen, após 10 anos de promessas quebradas, o
quadro de pessoal do órgão se assemelha a uma pirâmide envertida:
existem 3.863 analistas e apenas 539 técnicos. Ou seja, muitas pessoas
com funções especializadas e poucas trabalhando no apoio.
“É
também um sério desvio de função. Os analistas, que poderiam estar
pensando a política monetária do país, por falta de funcionários, hoje
fazem atendimento ao público e até organização de processos”, denunciou.
Trata-se, disse, de um desperdício de dinheiro público, pois os
salários dos analistas (de R$ 13,5 mil a R$ 21,3 mil) é muito superior ao
dos técnicos (de R$ 5,1 mil a R$ 9,7 mil).
“Além disso, no
último concurso, em 2013, o Banco Central convocou novamente mais
analistas (300) que técnicos (50). Temos mais de mil aprovados que
inclusive deixaram seus empregos e não foram convocados”, ressaltou
Brasil.
A intenção do sindicato é convencer o governo de que o
processo de modernização do quadro do Banco Central - que já foi alvo de
estudos de grupo de trabalho no Ministério do Planejamento -vai
reduzir, em vez de aumentar os custos para a administração federal. “A
idéia é manter o número de analistas e contratar cada vez mais técnicos.
Com
isso, no médio prazo, os desembolsos com a folha de pagamento vão
cair”, reforçou Brasil. A greve, além de Brasília, ocorrerá nas nove
capitais que o banco tem sede: Belém, Fortaleza, Salvador, Recife, São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.
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