Durante entrevista ocorrida esta manhã no Palácio dos Leões, que contou com as presenças do presidente do PDT, Carlos Lupi e do presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, Ciro Gomes, o governador do Maranhão, Flávio Dino, classificou de “monstruosidade constitucional” o processo de impeachment aberto contra presidente da República, Dilma Rousseff.
Flávio Dino se baseou no artigo 85, da Constituição Federal para frisar que a presidente não cometeu nenhum atentado contra o regime federativo, não impediu o exercício do Poder Legislativo, nem do Poder Judiciário, não cometeu qualquer ato contra a segurança do país as regras constitucionais que configuram crime de responsabilidade e podem embasar o impedimento de um presidente.
O governador criticou também as tentativas de embasar o
processo de impeachment em atos que teriam sido cometidos num mandato já
extinto da presidente Dilma Rousseff. E desmentiu que em 2015 Dilma tenha
aberto créditos suplementares sem cumprir metas estabelecidas na Constituição,
as chamadas pedaladas fiscais. Segundo ele, o próprio Congresso Nacional reviu
a meta fiscal e o exercício financeiro ainda não acabou. “Não podemos aceitar,
passivamente, que rasguem a Constituição Federal”, disse Flávio Dino
reafirmando que “nenhum interesse pode estar acima de democracia”.
Foi lançado, na oportunidade, o site “Golpe, Nunca Mais”,
segundo Flávio Dino para lembrar a campanha “Brasil, Nunca Mais”, que denunciou
os terrores da ditadura militar. “A Nação pagou caro, durante 20 anos, por um
golpe (1964) chancelado pelo Congresso Nacional”, lembrou e lamentou o
governador do Maranhão.
Carlos Lupi
O presidente do PDT, Carlos Lupi, recordando o governo do
falecido Dr. Jackson Lago, cassado por um golpe judicial, afirmou que com
Flávio Dino no governo seu partido se sente resgatado no Maranhão. Para Carlos
Lupi, “o presidente do Congresso, Eduardo Cunha, não tem legitimidade para
promover o impeachment de ninguém”. No momento em que resolve acatar o pedido
de impeachment, Eduardo Cunha é acusado e investigado por uma série de crimes
de corrupção no país.
Ciro Gomes
O ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, cuja
candidatura a presidente da República foi lançada por Carlos Lupi durante a
entrevista, afirmou que em uma única circunstância pode ocorrer o impeachment
de um presidente: no caso dele mesmo cometer crime de responsabilidade o que,
conforme Ciro Gomes, não é o caso de Dilma Rousseff.
Ciro Gomes fez severas críticas ao governo, mas disse que,
acima de tudo, precisamos defender a democracia. “Não podemos tolerar que um
grupo de mafiosos derrube o regime democrático”, disparou.
Flávio Dino encerrou a entrevista, não sem antes reiterar
sua convicção de que “O Supremo Tribunal Federal jamais vai permitir que a
Constituição seja rasgada dessa forma”.
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