Constrangimento!... No mínimo isso!
A bomba envolve uma nova denúncia apontando para Romero Jucá.
É mais uma. E esta denúncia é grave. Revela conversa ocorrida entre o ministro do Planejamento,
senador Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que teria sugerido uma "mudança" no governo federal sobre um pacto
para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato, que
investiga ambos.
Os trechos das conversas estão nas ruas: já foram noticiadas... E eu aqui, no blog, vou
também colocar.
Leiam a conversa que teria ocorrida entre Machado e Jucá:
SÉRGIO MACHADO - Mas viu, Romero, então eu acho a
situação gravíssima.
ROMERO JUCÁ - Eu ontem fui muito claro. [...] Eu só acho
o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto
de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por
jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar
para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto
ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai
reunir ali com os setores empresariais?
MACHADO - Agora, ele acordou a militância do PT.
JUCÁ - Sim.
MACHADO - Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar
merda.
JUCÁ - Eu acho que...
MACHADO - Tem que ter um impeachment.
JUCÁ - Tem que ter impeachment. Não tem saída.
MACHADO - E quem segurar, segura.
JUCÁ - Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela
frente.
MACHADO - Acontece o seguinte, objetivamente falando, com
o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda
instância], vai todo mundo delatar.
JUCÁ - Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a
Odebrecht vão fazer.
MACHADO - Odebrecht vai fazer.
JUCÁ - Seletiva, mas vai fazer.
MACHADO - Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A
Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho
que... O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E
acha que eu sou o caminho.
[...]
JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a
gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra
[inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra...
Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
[...]
MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel
[Temer].
JUCÁ - Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra.
'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente, esquece o
Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo
nacional.
JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.
MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto.
[...]
MACHADO - O Renan [Calheiros] é totalmente 'voador'. Ele
ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que
cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então
quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não
compreendeu isso não.
JUCÁ - Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a
gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.
*
MACHADO - A situação é grave. Porque, Romero, eles querem
pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado...
JUCÁ - Acabar com a classe política para ressurgir,
construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com...
MACHADO - Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se
caiu a ficha já.
JUCÁ - Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes, senador], [o
hoje ministro José] Serra, Aécio [Neves, senador].
MACHADO - Caiu a ficha. Tasso [Jereissati] também caiu?
JUCÁ - Também. Todo mundo na bandeja para ser comido.
[...]
MACHADO - O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.
JUCÁ - Todos, porra. E vão pegando e vão...
MACHADO - [Sussurrando] O que que a gente fez junto,
Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da
Câmara? [Mudando de assunto] Amigo, eu preciso da sua inteligência.
JUCÁ - Não, veja, eu estou a disposição, você sabe disso.
Veja a hora que você quer falar.
MACHADO - Porque se a gente não tiver saída... Porque não
tem muito tempo.
JUCÁ - Não, o tempo é emergencial.
MACHADO - É emergencial, então preciso ter uma conversa
emergencial com vocês.
JUCÁ - Vá atrás. Eu acho que a gente não pode juntar todo
mundo para conversar, viu? [...] Eu acho que você deve procurar o [ex-senador
do PMDB José] Sarney, deve falar com o Renan, depois que você falar com os
dois, colhe as coisas todas, e aí vamos falar nós dois do que você achou e o
que eles ponderaram pra gente conversar.
MACHADO - Acha que não pode ter reunião a três?
JUCÁ - Não pode. Isso de ficar juntando para combinar
coisa que não tem nada a ver. Os caras já enxergam outra coisa que não é...
Depois a gente conversa os três sem você.
MACHADO - Eu acho o seguinte: se não houver uma solução a
curto prazo, o nosso risco é grande.
*
MACHADO - É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra
nenhuma...
JUCÁ - Não, esquece. Nenhum político desse tradicional
ganha eleição, não.
MACHADO - O Aécio, rapaz... O Aécio não tem condição, a
gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu,
que participei de campanha do PSDB...
JUCÁ - É, a gente viveu tudo.
*
JUCÁ - [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros
do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma].
Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não
vai parar nunca'. Entendeu? Então... Estou conversando com os generais,
comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir.
Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.
MACHADO - Eu acho o seguinte, a saída [para Dilma] é ou
licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união
nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país
volta à calma, ninguém aguenta mais. Essa cagada desses procuradores de São
Paulo ajudou muito. [referência possível ao pedido de prisão de Lula pelo
Ministério Público de SP e à condução coercitiva ele para depor no caso da Lava
jato]
JUCÁ - Os caras fizeram para poder inviabilizar ele de ir
para um ministério. Agora vira obstrução da Justiça, não está deixando o cara,
entendeu? Foi um ato violento...
MACHADO -...E burro [...] Tem que ter uma paz, um...
JUCÁ - Eu acho que tem que ter um pacto.
[...]
MACHADO - Um caminho é buscar alguém que tem ligação com
o Teori [Zavascki, relator da Lava Jato], mas parece que não tem ninguém.
JUCÁ - Não tem. É um cara fechado, foi ela [Dilma] que
botou, um cara... Burocrata da... Ex-ministro do STJ [Superior Tribunal de
Justiça].
UMA VERGONHA...
Que país é este?... O diálogo, conforme divulgado nos maiores meios de comunicação, envolve o Ministro do Planejamento do Brasil. Já deveria estar demitido pelo presidente Temer. O teor do diálogo é sério, com uma linguagem de baixo nível cultural... É uma vergonha!
Este diálogo li por três vezes - na manhãzinha de hoje - nas páginas do UOL - Folha de São Paulo... Li três vezes para acreditar.
É uma vergonha!
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