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“A Constituição Federal diz, no seu artigo 52: ‘[…perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis]’. E a Constituição Federal é soberana em relação à Lei do Impeachment, de 1950, e ao Regimento do Senado”, explica Carlos Michaelis Jr, coordenador jurídico da AMB.
A motivação da AMB para ingressar com esta ação é a
convicção sobre riscos que a decisão traz ao ambiente político, jurídico e
constitucional brasileiro. “Antes de qualquer coisa, é imoral mudar regras do
jogo, escritas na Constituição Federal, para diminuir as consequências da
destituição para Dilma Rousseff. Como representantes da sociedade civil
organizada, não nos omitiremos. Em segundo lugar, e ainda mais grave, abre-se
precedente para que manobras regimentais semelhantes sejam utilizadas em casos
de outros políticos (de vários partidos) ou agentes públicos que estão sendo
investigados, em operações como a Lava Jato, por exemplo, e que serão julgados
pelo Congresso ou STF. Não podemos deixar que o impeachment, que deveria dar
passo à frente no processo de passar o Brasil a limpo, seja insumo para
abastecer estratégias de defesa e livrar quem prejudica o País”, explica
Florentino Cardoso, presidente da AMB.
Mesmo antes do início das manifestações contra o governo
da presidente Dilma Rousseff, a AMB já se posicionava de forma clara e
transparente contra a política adotada para a área da saúde, sempre
demonstrando a visão da entidade e enfrentando consequências – que vieram – de
estabelecer um diálogo franco e honesto.
Quando os escândalos de corrupção, má gestão e de crime de responsabilidade vieram à tona e o País começou a sentir na economia consequências do desgoverno capitaneado pelo Palácio do Planalto, a AMB foi a primeira entidade de classe a formalmente apoiar as manifestações pelo impeachment da presidente. “Não fugimos da nossa responsabilidade naquela época e não vamos fugir agora. Se os partidos estão com medo de entrar na Justiça, entramos nós.
Pela moralidade, pela Constituição Federal, por um Brasil melhor, pela saúde. Somos contra o acordo de impunidade e esperamos que o STF acolha nosso Mandado de Segurança, defendendo a Constituição Brasileira”, encerra Florentino Cardoso.
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