Carlos Chagas
Uma infeliz coincidência surpreendeu quem se deu ao
trabalho de comparar os países cujos representantes abandonaram ou não
compareceram ao plenário das Nações Unidas durante o discurso de Michel Temer,
terça-feira. Com a exceção de Costa Rica, embora sem certeza, os demais tinham
sido agraciados com dinheiro do governo brasileiro para variadas obras de
infraestrutura. Quer dizer, Equador, Bolívia, Venezuela, Cuba e Nicarágua
agradeceram os investimentos feitos pelos governos Lula e Dilma em seus
respectivos territórios. Protestaram contra Michel Temer, acusando-o de
responsável pelo que chamaram de golpe contra a democracia.
Poucos se deram conta de ser governados por ditadores ou
candidatos a ditador, ou por regimes não propriamente democráticos.
A proximidade desses governos com as benesses do PT
também não deixam dúvidas.
Foi um vexame, tão comum em décadas passadas, nos tempos
da guerra fria, quando representantes da União Soviética tiravam os sapatos e
batiam com eles nas bancadas onde deveriam prestar atenção nos discursos. Ou
abandonavam o recinto para discordar protestar contra a União Soviética.
Assistimos pela televisão, ao vivo, a repetição daqueles
vexames de ontem, com vetustos senhores e madames empoadas saindo em fila do
recinto, como forma de discordar de acontecimentos da economia interna do
Brasil.
Não sabemos se Temer foi alertado antes, nem mesmo se
reparou na pobre debandada, enquanto ela acontecia. Chefões como Raul Castro,
Evo Morales, Nicolas Maduro e outros, tornando-se porta-vozes do lulopetismo,
perderam a oportunidade de ouvir considerações sobre a prevalência da
Constituição, entre nós. Quanto aos vultosos investimentos brasileiros em seus
países, como portos, rodovias e usinas, fica a lição de termos assistido mais
uma demonstração de ingratidão. Da próxima vez deveremos tomar cuidado com a
gastança.
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