*JORGE OLIVEIRA
Maceió – A Dilma foi a última vítima da maldição de Santo
André que atingiu Lula. Todos aqueles que estiveram ao lado dele nos últimos
anos foram amaldiçoados. Políticos, empresários, amigos e até seus familiares
vivem dias de desespero e de angústia. Tudo começou com a morte de Celso
Daniel, em 2002, sacrificado para que os petistas chegassem ao poder sem
arranhões. Depois da tragédia do prefeito da cidade paulista, nada deu certo na
vida dos petistas: prisões, mortes e doenças ruins. E, agora, o Brasil assiste
a derrocada final do partido com a destituição da Dilma, que será lembrada como
a presidente mais atrapalhada da história do país. A queda da Dilma deixou o
país menos corrupto. E menos esquizofrênico, é verdade.
Existe um ditado que diz: “Aqui se faz, aqui se paga”. E
o PT está pagando caro pelos crimes de lesa pátria que cometeu. Paga um preço
alto pelas mentiras, pela corrupção e pela roubalheira generalizada. Muitos de
seus personagens, que ajudaram o Lula ao chegar ao poder, hoje vivem nos
presídios, a exemplo dos três tesoureiros do partido e do seu principal
ministro, o ideólogo Zé Dirceu, um homem amargurado, desolado na cadeia.
Outros, como os empreiteiros Leo Pinheiro, da OAS, e Marcelo Odebrecht pagam
caro pela amizade com Lula que não só envolveu seus amigos nas maracutaias como
também deixou que os filhos e a mulher virassem alvos da polícia e da justiça.
Quem esteve ao seu lado nas últimas décadas experimentou o fogo voraz do
purgatório.
A presidente também foi vítima dessa maldição que
pulverizou seus companheiros. Antes de ser candidata teve que se curar de uma
grave enfermidade. Elegeu-se à sombra de Lula para que ele governasse o país
pela terceira vez. No segundo mandato, quando tentou carreira solo, foi
atropelada pelo companheiro que mudou o status do seu governo e a obrigou a
seguir suas orientações. Lula nomeou os corruptos da sua lista para as empresas
públicas com a recomendação de fazer caixa para manter o partido no poder mesmo
que para isso derretesse o patrimônio da Petrobrás.
Durante o mandato, Dilma não passou de uma marionete
manipulada por ele.
A presidente bem que poderia ter desconfiado das
intenções de Lula, quando saiu das trevas da burocracia para virar candidata à
presidente. Sabia das suas limitações e da sua incapacidade para tal tarefa, mas
foi sacudida pela vaidade e pela sede de poder mesmo consciente de que seria
uma coadjuvante no processo político do PT. Deixou-se levar pelos parasitas
sindicais, saqueadores dos cofres públicos, e virou cúmplice da bandalheira.
Não adianta, portanto, dizer que é honesta. Ao ser banida do cargo, deixa o
país na mais profunda crise moral e econômica. Acumpliciou-se com os corruptos
petistas e com eles governou até ser tragada pela maldição de Sano André.
A Dilma é o tipo da burocrata que se deixou ser usada
pelos políticos vivaldinos. Lula tinha outros pretendentes dentro do partido,
até mais qualificados, para sucedê-lo. Mas preferiu levá-la ao poder para
continuar liderando a organização criminosa junto com empresários e políticos
parceiros. Sabia que teria na Dilma total e absoluta submissão às suas ordens
por tê-la chefiado. Por isso, contrariou o partido quando a escolheu como
sucessora. Por tal ousadia, hoje paga um preço caro: perdeu a sua presidente,
está indiciado pela Polícia Federal e destruiu o partido que criou sob a égide
da ética. Paga o preço da suprema arrogância e do egocentrismo.
Lula levou à sepultura todos que o acompanharam até hoje.
Conduz também para a cova rasa o povo brasileiro ao enganá-lo com seus arroubos
de honestidade. Enganou os mais necessitados com pão e circo para depois
jogá-los na miséria quando aprofundou o país na mais aguda recessão econômica
em parceria com a sua sucessora e ao liderar o maior assalto aos cofres
públicos.
Com a excomunhão do PT, Dilma vive agora seus dias de
agonia. Apeada do trono, começa a botar os pés no chão e volta abrir a maçaneta
da porta, deferência até então a cargo do séquito que a acompanhava. Sem a
imunidade presidencial, passará os dias atormentada à espera da intimação que a
levará a presença de Sergio Moro para responder pelos crimes da Lava Jato. O
juiz vai exigir explicações dela sobre os 4,5 milhões de dólares que o
marqueteiro João Santana recebeu da sua campanha e que, segundo o próprio denunciou
em delação premiada, teriam sido roubados da Petrobrás.
Em outro processo, a ex-presidente também terá que
explicar por que autorizou a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, por
mais de 1 bilhão de dólares, uma sucata que não valia nada. Ao depor na
operação Lava Jato, Nestor Cerveró, o diretor internacional da Petrobrás, disse
com todas as letras que ela sabia da negociata que mergulhou a estatal em um
prejuízo monumental. A Dilma, portanto, deve responder por essas ações nefastas
que afundaram o país e dilapidaram o patrimônio das empresas estatais.
Dilma deslumbrou-se com o poder ao se aproximar de Lula
que a prestigiou com todos os cargos no seu governo. Maquiavelicamente a
manteve sob o seu domínio para tentar se perpetuar no comando do país, pois
ameaçava voltar à presidência para sucedê-la depois. No cargo de presidente,
Dilma logo botou as unhas de fora. No tratamento com os funcionários mais
humildes, seus auxiliares, mostrava-se arrogante, prepotente e grosseira.
Diante de Lula, curvava-se à submissão. Não contrariava o chefe por temê-lo.
Achou que o poder era eterno. Agora, quando deixa a presidência, ouve a torcida
silenciosa de seus ex-auxiliares fazer o coro do “já vai tarde”.
Os brasileiros não sentirão saudades da Dilma. Não têm
motivo para isso. Nem a história deverá ser generosa com ela. Será reconhecida
pelas futuras gerações como a presidente que “foi sem ser”. Que sentou na
cadeira da presidência como uma auxiliar do antecessor, que fechou os olhos
para a quadrilha de assaltantes petistas que depenou as principais empresas
púbicas, que provocou o maior dano à economia do país e praticou o maior
estelionato eleitoral de que se tem notícia na república.
Dilma passará para história como personagem do anedotário
popular. O brasileiro nunca fez tanta piada com um presidente da república como
fez com ela. Seus pronunciamentos à nação, quando não escritos por seus
assessores, eram verdadeiros esquetes que faziam a felicidade dos nossos
humoristas. Pedalava nas ruas e dentro do governo. Virou personagem de livro.
Escritores e pesquisadores até hoje tentam decifrar seu pensamento turvo e
nebuloso. Suas frases delirantes e incompreensíveis estão catalogadas hoje no
folclore político. Quando viajava para o exterior deixava os brasileiros
sobressaltados e envergonhados com os seus factoides alucinógenos e
extemporâneos, características de quem certamente tinha um desarranjo mental.
Com o afastamento definitivo dela do poder, depois de
seis anos de escândalos, que me desculpem os dilmistas, mas aqui faço coro com
os ex-auxiliares humilhados e desrespeitados pela ex-presidente: já vai
tarde.
*JORGE OLIVEIRA é jornalista e escreve no Diário do Poder
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