Após o fim da sessão que selou o impeachment da
presidente Dilma Rousseff, a jurista Janaína Paschoal, uma das autoras do
processo de impeachment, enviou uma recado para o novo presidente, Michel
Temer. "Ele tem uma dívida comigo. Ele me deve ser o maior presidente de
todos os tempos", disse a advogada.
Janaína mandou o recado pelo telefone de um assessor
parlamentar do Senado para o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira
Lima, um dos braços direito de Temer. Ela disse não saber ao certo com quem
estava falando no início.
A jurista comemorou o resultado do processo. "Eu
sempre tive convicção de que o afastamento era justo, mas apenas hoje, durante
a votação, é que percebi a magnitude do processo", afirmou.
Janaína concordou com a decisão do ministro Ricardo
Lewandowski de separar as condenações à presidente. Durante a sessão, ele optou
por fazer duas votações, uma que determinava o afastamento de Dilma do cargo de
presidente e outra para decidir se suspendia as funções políticas da petista e
seu direito de elegibilidade por oito anos. "Acredito que foi uma decisão
justa, respaldada pelo que foi feito no processo de impeachment do ex-presidente
Fernando Collor", disse.
Por outro lado, a jurista chamou de "compaixão"
a decisão dos senadores de rejeitaram a perda das funções públicas de Dilma
Rousseff. "Acho que ali no final, houve um ato de compaixão dos senadores.
Houve um apelo, alguns falaram sobre seu salário de aposentadoria, sobre o
impedimento de ser até mesmo professora", alegou.
Tietagem. A jurista foi uma das últimas a deixar o
plenário do Senado. Todos os senadores já haviam saído quando restaram apenas
ela e o colega de processo, o jurista Miguel Reale Jr. Janaina foi muito
assediada por funcionários do Senado e chegou a tirar fotos com seguranças,
equipe de notas taquigráficas, assessores parlamentares e outros membros da
secretaria da Mesa Diretora do Senado Federal.
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