A senadora Gleisi Hoffmann diz que foi com profunda tristeza que recebeu a decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de acatar a denúncia formulada contra ela e meu marido pela Procuradoria Geral da República.
NOTA DA SENADORA GLEISI HOFFMANN
SOBRE A DECISÃO DA 2ª TURMA DO STF
Embora nutra respeito pela Justiça de nosso País, é com
profunda tristeza que recebo a decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal
(STF) de acatar a denúncia formulada contra mim e meu marido pela Procuradoria
Geral da República.
Em seu voto, o ministro relator Teori Zavascki concluiu
dizendo que não dá para ter certeza de que os fatos ocorreram, mas que nesse
momento basta uma dúvida razoável para aceitar a denúncia. Agora, pelo menos
terei, no julgamento do STF, o benefício da dúvida. Estou ciente de que o
Supremo Tribunal Federal, ao analisar com profundidade o que foi apresentado
nos autos, saberá julgar com serenidade, imparcialidade e isenção esse
processo. Tais requisitos faltaram em outras instâncias. Por isso, vejo a
decisão desta terça-feira como uma nova oportunidade de provar, sem sombra de
dúvidas, a nossa inocência.
Desde o início desse lamentável episódio, quando
injustamente fomos indiciados pela Polícia Federal, insistimos à exaustão que
não há uma única prova concreta que aponte o recebimento de recursos ilícitos
para minha campanha ao Senado, em 2010.
Como o meu advogado Rodrigo Mudrovitsch voltou a
enfatizar hoje da tribuna do STF, a denúncia da PGR se baseia unicamente em
questionáveis delações do doleiro Alberto Yousseff, do ex-diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa e do sócio do doleiro, Antonio Carlos Pieruccini. Em sua
delação, essa pessoa disse que transportou a suposta propina para minha
campanha, em dinheiro, de São Paulo para Curitiba, em quatro viagens. Ele afirmou
ainda que entregou a quantia para o empresário Ernesto Kugler, que sempre negou
o fato.
Se Pieruccini esteve realmente quatro vezes com o
empresário, por que a Polícia Federal não obteve provas físicas desses
encontros? A bem da verdade, a denúncia sequer aponta qualquer ato concreto
cometido. Baseia-se apenas em especulações que não são compatíveis com o que se
espera de uma acusação penal.
São inúmeras as contradições nos depoimentos dos
delatores que embasam a denúncia, as quais tiram toda a credibilidade das
supostas delações. Um deles apresentou, nada mais, nada menos, do que seis
versões diferentes para esses fatos, o que comprova ainda mais que eles não
existiram. Tenho certeza que a verdade prevalecerá.
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