Hélcio Silva
Na minha idade, ficar em casa é bom, sair para um passeio
é melhor...
E se o passeio for pelas ainda poucas matas da ilha, bem
melhor ainda...
E na caminhada de hoje, sento-me à sombra do cajueiro! Um
vento lento envolve-me, abraça-me... E como num toque de mágica, tenho a índia
Juá a me abraçar..., também!...
Conheci Juá quando da fundação da cidade de São Luís, em
1612. Estive com ela a namorar-me, naquela época...
Quantos séculos!...
E hoje (somos espíritos e imortais), um encontro nosso
foi derretido..., de muitas e por muitas saudades: navegamos em vapores de velhos amores!
E ela se derrete ainda mais ao entregar-me um artigo da
Tereza, por saber que gosto de ler...
Pede-me atenção na
leitura...
É sobre o governo do Brasil e o espantalho do Cunha, que
será cassado amanhã, segunda-feira.
O título do artigo é: ”Cassação de Cunha trará o
imponderável”...
Já li e o estou passando aos meus amigos e amigas do blog:
Cassação de Cunha trará o imponderável
Tereza Cruvinel
“Se não houver compromisso com o combate à corrupção,
este governo vai derreter”, disse Fabio Osório antes de ser demitido da AGU
porque contrariou os esforços para abafar a Lava Jato. Sua demissão foi uma
evidência dessa falta de compromisso. Outra, bem eloquente, está na passividade
do governo diante da votação de segunda-feira para cassar o mandato de Eduardo
Cunha. A cassação assombra mas a salvação também será péssima para o governo,
fortalecendo a ideia de que colabora com a grande pizza que vem sendo amassada
no pós-golpe.
Cassado, Cunha perderá o direito ao foro especial do STF
e os processos a que responde serão transferidos para o juiz Sérgio Moro, em
Curitiba, onde sua mulher já foi indiciada. Nesta hora é que ele passará de
fato a assombrar o governo, o PMDB e outros partidos. Se for preso e levado
para Curitiba, dificilmente deixará de negociar um acordo de delação premiada,
possibilidade que ele já negou muitas vezes. Mas em Curitiba, todo mundo muda
de opinião a este respeito.
Eduardo Cunha detém os segredos da cúpula do PMDB e do
próprio Michel Temer. Tem sido convenientemente esquecida, por exemplo, a troca
de mensagens que ele teve com Leo Pinheiro, da OAS, em que reclama por ter sido
feito diretamente a Temer um pagamento de R$ 5 milhões, sem o prévio acerto com “os outros” do PMDB.
Por tudo que Eduardo Cunha representa e sabe, sua eventual cassação pode ser um
demarcador no destino do atual governo.
Quem conhece o atual Congresso e a matreirice do
ex-presidente da Câmara não ousa fazer prognósticos sobre o resultado da
votação de segunda-feira. Há levantamentos indicando número suficiente de votos
(mais de 257) para cassá-lo mas a negaça é uma das características do Centrão,
grupo que congrega os aliados de Cunha. Se puderem, eles vão preservar pelo
menos os direitos políticos dele. Pode
ser também que falte quórum. Pode ser que falte o número de votos. Tudo pode
acontecer. Dê no que der a votação de segunda-feira, não será bom para o
governo. A salvação de seu mandato aspergirá o cheiro de pizza podre. A
cassação trará o imponderável.
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