Carlos Chagas
Pesquisas costumam ganhar eleições majoritárias, ainda
que surpresas possam acontecer. Em São Paulo, Rio e Belo Horizonte parecem
vitoriosos João Dória, Marcelo Crivela e João Leite, ainda que nessas três
capitais paire a sombra do segundo turno.
O denominador comum das eleições de domingo é a falta da
ideologia há anos verificada ao redor dos vencedores. Deles e da maioria dos
candidatos favoritos nas capitais dos demais estados, agora. O fracasso dos indicados
pelo PT abre um vazio de razoáveis proporções na ortodoxia política. Ainda que
a Direita continue indo muito bem, por conta do imobilismo, a Esquerda
escafedeu-se, mais do que se dividir.
A projeção desse fenômeno para as eleições gerais de 2018
está em aberto. Não dá para supor que daqui a dois anos, ao votar para o novo
Congresso, os governos estaduais e a
presidência da República, o eleitor venha a seguir as tendências do próximo
domingo, que, aliás não significam nada. O que representam João Dória, Marcelo
Crivela e João Leite, em termos ideológicos? No máximo, identificam-se com o
mais do mesmo. Deverão ser eleitos por conta da ausência de programas e de
doutrinas.
Essa a lição das eleições municipais imediatamente
seguintes à implosão do PT: o vazio. A falta de uma estrutura capaz de
substituir aquilo que os companheiros não conseguiram emplacar.
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