Para Antonio Prado, a participação dos cidadãos é muito
importante; ele falou com a Rádio ONU durante a Habitat III, em Quito.
Cidades inteligentes, inclusão, redução de desigualdades.
Estes foram alguns dos temas abordados na Conferência das Nações Unidas sobre
Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, Habitat III, realizada em
Quito.
Na capital equatoriana, Antonio Prado, diretor-adjunto da
Comissão Econômica da ONU para América Latina e Caribe, Cepal, falou à Rádio
sobre sua expectativa para o futuro das cidades nas próximas duas décadas,
quando será realizada a Habitat 4.
"Hoje, nós temos um imenso problema que é o fato de
que as cidades latino-americanas estão marcadas pela segregação social. Isso
tem que ser corrigido nesses próximos 20 anos. Então, quando nós falamos do
tema inclusão, a inclusão é um tema absolutamente fundamental. Pensar a nova
cidade é pensar uma cidade que seja de todos".
O vice-chefe da Cepal falou ainda como a tecnologia pode
ajudar os centros urbanos na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, ODSs. Prado citou a questão do "grande desperdício de
recursos", incluindo energia e água.
Desperdício
Segundo Prado, 40% dos alimentos que chegam à cidade, por
exemplo, são desperdiçados e outros 40% da produção total são perdidos no
caminho.
"A utilização dessas novas tecnologias pode permitir
tanto do ponto de vista da distribuição como do ponto de vista do consumo um
aumento significativo da eficiência, o que diminuiria os custos de operação de
uma cidade e ampliaria a participação de outros segmentos da sociedade. Quando
nós falamos de inclusão, nós falamos não somente de inclusão em um direito
formal, mas de um direito concreto, real, de poder participar dos benefícios da
cidade, de ter uma qualidade de vida, do ponto de vista dos serviços e do
ambiente que existe nas cidades."
Antonio Prado citou ainda a violência como um fenômeno
crescente na América Latina. Para o vice-chefe da Cepal, "todas essas
tecnologias podem ajudar de forma significativa a criar uma outra cidade, não
uma tecnológica, mas uma onde as pessoas possam participar, usufruir e de fato
exercer seu direito" ao espaço urbano.
Ele disse ainda que a América Latina não tem o problema
de pensar a "transição rural-urbana", o que já foi feito.
Segundo Antonio Prado, hoje em dia a questão é melhorar a
qualidade de vida nas cidades", citando os pontos de vista da
"segurança, da convivência e do pertencimento". Para ele, a
participação dos cidadãos é fundamental.
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