(03/11/2016)
Gente! Eu juro... Juro que não esperava por essa!...
Mas li e estou escrevendo a introdução.
O Xico quer a volta do FHC... Volta, FHC!!!..
E o Xico (Graziano) escreveu seu artigo na Folha de hoje e as
letras parecem gritar: Volta, FHC...
Não sei se o Sarney leu o artigo do Xico... Se leu, deve
ter dito aos gritos: Por que não eu, Graziano?
E o Lula, o que diria?... Com certeza, diria: Graziano tá
brincando...
O Temer tomaria um susto...
E eu - menino da Ilha – tirador de caranguejo no mangue e
mergulhador do rio maioba que direi?...
Preparem-se!
FHC vai assumir a presidência da República: É o salvador
da Pátria...
A arma jurídica é com o Xico... Ele tem a equação exata.
Leia, abaixo, o artigo do moço, que já não é tão moço:
******
XICO GRAZIANO
Volta, FHC
Gostaria de expor uma posição política. Faço-o com total
desprendimento e isenção. Embora filiado ao PSDB desde sua fundação, pelo
partido não falo. Externo posição política independente.
Não pertenço a nenhum grupo, nem o de Aécio Neves, nem o
de José Serra, nem o de Geraldo Alckmin. Tenho apreço por todos eles, mas a
nenhum devo satisfações.
Tampouco me expresso em nome do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, a quem sirvo com dedicação desde sua campanha ao Senado, em
1986.
Mantenho atualmente com ele as melhores relações de
amizade, respeito e admiração. Auxilio-o defendendo seu legado nas redes
sociais.
Sigo sua liderança e me espelho no exemplo do homem que
tem sido capaz de se reinventar a cada instante, tendo se tornado o ponto de
equilíbrio dessa nação esfacelada pela crise econômica, social e política.
Para entender a política contemporânea, precisamos
escapar da antiga dicotomia entre esquerda e direita. Na sociedade
pós-industrial, velhas ideologias pouco importam.
Escasseiam operários, abundam autônomos e empreendedores
no mundo tecnológico. Causas sociais, organizadas via internet, substituem a
luta de classes.
Notoriamente nossos partidos políticos estão
fossilizados, vivem no século passado, perderam legitimidade. As recentes
eleições deixaram claro: ninguém aguenta mais a velha política. Os que perderam
a ela pertenciam.
Venceram aqueles que sinalizaram distância do
fisiologismo. Maus gestores públicos, candidatos fake e populistas,
independente do partido, foram barrados nas urnas.
Quem dançou feio, mesmo, foi o PT. Depois da roubalheira
que fizeram, era esperado. O PSDB cresceu nacionalmente. Um olhar para as
capitais, todavia, mostra diversidade partidária.
João Doria (PSDB) em São Paulo, Alexandre Kalil (PHS) em
Belo Horizonte, ACM Neto (DEM) em Salvador, Marcelo Crivella (PRB) no Rio,
Geraldo Júlio (PSB) em Recife, Roberto Cláudio (PDT) em Fortaleza: todos
representam a vitória contra a embromação política.
Findo o período eleitoral, olhamos para frente. Quer
dizer, para 2018.
Qual liderança poderá recolocar o Brasil nos trilhos do
desenvolvimento? Como fazer a reforma política tão desejada? Quem conseguirá
estabelecer conexão com a sociedade organizada nas redes? É o que todos querem
saber.
Creio que somente o ex-presidente FHC se legitima, pela
vasta experiência, sensatez e sabedoria, para nos conduzir nessa difícil
travessia.
Apesar da maledicência lulopetista, que o atacou
ferozmente durante anos, a história resgata sua dignidade na mesma medida em
que seus detratores se afundam na Lava Jato.
FHC representa a decência na vida pública. Esse é o maior
desejo do brasileiro. Viver num país com civilidade, honestidade, princípios.
Um país que ofereça oportunidades, gere bem-estar, dê segurança. Um país
tolerante, respeitoso, diverso, unido na defesa da cidadania.
Pode ser que a Justiça acelere o processo político e
casse a chapa Dilma-Temer. Nesse caso, o Congresso elegeria um
presidente-tampão.
Seria Fernando Henrique, com certeza. Ele prepararia o
caminho rumo ao porvir. Michel Temer, porém, poderá seguir até 2018. Aí, a
decisão será popular.
Sejamos realistas: ou surge um oportunista de última
hora, um salvador da pátria, um vendedor de ilusões, ou corremos o risco de
ficar na pasmaceira da política tradicional.
Fernando Henrique é o amálgama do dilema brasileiro. Está
velho demais, pode-se argumentar. Bobagem. É o mais espairecido dos velhos
políticos. Malgrado sua idade, não perde sua inventividade. É o cara.
Volta, FHC.
XICO GRAZIANO, doutor em administração pela Fundação
Getulio Vargas, é agrônomo e consultor de marketing. Foi deputado federal
(PSDB) e chefe de gabinete da Presidência da República (governo FHC).
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