terça-feira, 15 de novembro de 2016

TRUMP E DÓRIA NELES


Faveco Corrêa*

A vitória de Donald Trump confirma que o povo não confia mais nos velhos políticos e em suas práticas tradicionais que não resolvem os problemas da maioria dos cidadãos.

A eleição de Mauricio Macri na Argentina, sepultando décadas de “kirchnerismo”, de Alexandre Kalil em Belo Horizonte, o referendo do Brexit na Inglaterra e a espetacular vitória de João Dória no primeiro turno em São Paulo, são outros exemplos contundentes.

Ninguém mais suporta o distanciamento de classe política dos anseios da sociedade e muito menos a farra com o dinheiro público, nem aqui nem na conchinchina.

Acabou.

É o fim de um ciclo.

Enquanto isso, aqui no Brasil o governo Temer reclama da falta de apoio da opinião pública.

Também pudera.

Um governo que promete austeridade não pode permitir, entre outras coisas, que seus ministros façam 781 voos em jatinhos da FAB em tão pouco tempo, 238 dos quais sem a menor justificativa funcional. Aliás, esse apaniguados deveriam andar de ônibus ou no  máximo nos aviões de carreira como qualquer mortal, e não consumir nosso dinheiro em  desnecessárias revoadas pelo território nacional. Será que é para isso que hoje serve a nossa gloriosa Força Aérea Brasileira que ao longo de sua brilhante história prestou tão relevantes serviços à pátria, na guerra e na paz?

Todos os governantes do Brasil, até aqui, falam em corte de despesas, mas não cortam nada! E ainda têm a petulância de falar em aumento de impostos, como se já não estivéssemos entre os campeões mundiais nesse nefasto “esporte”.

Nenhum deles abre mão de mordomias como um batalhão de assessores, secretárias, carros com motorista à disposição 24 horas por dia, 14º e 15º salários, ou fecha as dezenas de institutos e fundações públicas que não servem para nada ou reduz drasticamente as administrações inchadas dos hospitais públicos que abrigam apadrinhados do poder (há hospitais com mais administradores do que pessoal médico), ou acaba com o financiamento aos partidos, que deveriam viver da quotização dos seus associados, ou revê as varias aposentadorias por pessoa, entre elas aquelas dos que passam fugazmente pelo Legislativo.

Ao invés de ficar sorrateiramente incentivando medidas que visam amordaçar a Lava Jato como o projeto de abuso de autoridade de autoria do conhecido Ranan Calheiros, repatriação de recursos incluindo parentes de políticos, anistia a executivos em caso de acordo de leniência e institucionalização da impunidade livrando os pilantras que se beneficiaram do caixa 2 (caixa 2 é crime!), o governo deveria perseguir os ladrões que  fizeram fortunas de forma indevida, confiscando o dinheiro roubado e punindo exemplarmente estes meliantes. Um levantamento geral e minucioso de todos os que ocupam cargos políticos se impõe, de forma a saber seu patrimônio antes e depois. Também tinha que estar na ordem do dia temas do tipo proibição de repasses de verba para toda e qualquer ONG, devassa nas contas do MST e similares e revisão das indenizações milionárias pagas indevidamente a “perseguidos políticos” (os antigos “guerrilheiros”).

Ninguém fala seriamente na redução do número de deputados e dos seus inchados gabinetes, profissionalizando-os como nos países sérios.

Tudo indica que os nossos governantes e políticos querem mesmo é manter o “status quo” que tanto os favorece, sem fazer as reformas necessárias: não querem passar o Brasil a limpo.

A Lava Jato não é suficiente.

É por tudo isso que não fizeram, além da delação da Odebrecht  que está por estourar, que o governo e os políticos em geral estão preocupadíssimos. Preocupadíssimos com a mobilização popular que começa a tomar vulto nas redes sociais pedindo a demissão de toda a classe política. Uma depuração geral.

E aí vem com essa conversa de falta de apoio popular, os coitadinhos, como se a sociedade fosse composta por uma massa amorfa de imbecis.

A guerra contra a degradação da nação está apenas começando.

Que não subestimem a força do povo esclarecido, que começa a sair da sua zona de conforto e da inercia para lutar por um Brasil melhor.

Remédio? O voto!

Donald Trump e João Dória neles!

*Faveco Corrêa é jornalista e consultor

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