Apelo é da representante especial da ONU para Crianças e
Conflito Armado; Leila Zerrougui critica estratégias de controle do terrorismo
que envolvem privar esses menores de liberdade; 40% das crianças associadas a
grupos armados são meninas.
O mandato de representante especial do secretário-geral
da ONU para Crianças e Conflito Armado foi criado há 20 anos e Leila Zerrougui,
que ocupa o cargo atualmente, apresentou um relatório sobre o balanço das
últimas duas décadas.
No documento apresentado ao Conselho de Direitos Humanos,
a especialista pede aos países e aos envolvidos em conflitos que tomem medidas
imediatas para "acabar com as graves violações contra crianças".
Tortura
Apesar de progressos alcançados em 20 anos, Zerrougui
lembra que os direitos dos menores de idade continuam sendo violados. Ela cita
como exemplo Afeganistão, Iraque, Nigéria, Síria, Sudão do Sul e Iêmen, onde
"milhares de crianças são assassinadas, torturadas, recrutadas para o
combate e enfrentam crises humanitárias severas".
Segundo ela, as operações de controle do terrorismo estão
aumentando, incluindo a triagem de civis e de crianças que fogem de grupos
armados. Zerrougui afirma também que muitos menores são privados da sua
liberdade após escaparem desses grupos em que eram associados.
Meninas
Apesar de esforços pelo fim da impunidade, a representante especial lembra que as meninas continuam sendo vítimas de estupros e de violência sexual. O recrutamento é outra tática comum, sendo que 40% das crianças associadas a grupos armados são meninas.
A representante da ONU pede que as crianças sejam
tratadas como vítimas dos conflitos. Aos Estados, Leila Zerrougui sugere a
adoção de protocolos para a proteção desses menores, garantindo oportunidades
de reintegração na sociedade.
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