quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

"Crianças ligadas a grupos armados precisam ser tratadas como vítimas"

Fonte - Radio ONU

Apelo é da representante especial da ONU para Crianças e Conflito Armado; Leila Zerrougui critica estratégias de controle do terrorismo que envolvem privar esses menores de liberdade; 40% das crianças associadas a grupos armados são meninas.


O mandato de representante especial do secretário-geral da ONU para Crianças e Conflito Armado foi criado há 20 anos e Leila Zerrougui, que ocupa o cargo atualmente, apresentou um relatório sobre o balanço das últimas duas décadas.
No documento apresentado ao Conselho de Direitos Humanos, a especialista pede aos países e aos envolvidos em conflitos que tomem medidas imediatas para "acabar com as graves violações contra crianças".
Tortura
Apesar de progressos alcançados em 20 anos, Zerrougui lembra que os direitos dos menores de idade continuam sendo violados. Ela cita como exemplo Afeganistão, Iraque, Nigéria, Síria, Sudão do Sul e Iêmen, onde "milhares de crianças são assassinadas, torturadas, recrutadas para o combate e enfrentam crises humanitárias severas".
Segundo ela, as operações de controle do terrorismo estão aumentando, incluindo a triagem de civis e de crianças que fogem de grupos armados. Zerrougui afirma também que muitos menores são privados da sua liberdade após escaparem desses grupos em que eram associados.

Meninas

Apesar de esforços pelo fim da impunidade, a representante especial lembra que as meninas continuam sendo vítimas de estupros e de violência sexual. O recrutamento é outra tática comum, sendo que 40% das crianças associadas a grupos armados são meninas.
A representante da ONU pede que as crianças sejam tratadas como vítimas dos conflitos. Aos Estados, Leila Zerrougui sugere a adoção de protocolos para a proteção desses menores, garantindo oportunidades de reintegração na sociedade.

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