A Polícia Federal está na casa do empresário Eike
Batista, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, para cumprir mandado de prisão
preventiva (sem data para terminar) contra ele no âmbito da Operação
Eficiência, segunda fase da Calicute, braço da Lava Jato. Os policiais chegaram
à casa do empresário por volta das 6h da manhã desta quinta-feira (26). O
empresário, no entanto, não está no Brasil, segundo apurou o UOL.
A reportagem ligou para o celular do advogado de Eike,
mas não conseguiu o contato. Neste momento, o empresário é considerado foragido
pela Justiça.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal,
expediu nove mandados de prisão preventiva, quatro de condução coercitiva
(quando as pessoas são obrigadas a acompanharem os policiais para prestarem
depoimento) e 22 de busca e apreensão, todos no Rio de Janeiro.
Entre os alvos de mandado de prisão estão o ex-governador
fluminense, Sérgio Cabral, seu ex-assessor, Carlos Miranda, e o ex-secretário
de governo Wilson Carlos. Os três estão presos desde a Operação Calicute,
realizada em 6 de dezembro.
Nesta quinta foi preso o advogado Flávio Godinho, que,
assim como Eike, é "investigado por corrupção ativa com o uso de contrato
fictício", segundo o MPF (Ministério Público Federal). De acordo com a
Procuradoria, "quatro membros da organização" também são alvos de
mandado de prisão: Álvaro Novis, Sérgio de Castro Oliveira, Thiago Aragão e
Francisco Assis Neto.
A PF diz que "investiga crimes de lavagem de
dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente US$ 100
milhões" (cerca de R$ 320 milhões na cotação de hoje). "Boa parte dos
valores já foi repatriada", informa a PF em nota.
Também são investigados os crimes de corrupção ativa e
corrupção passiva, além de organização criminosa.
Eike é acusado de pagar propina para o ex-governador
Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que foi preso na mesma operação, para conseguir
vantagens para seus negócios no Rio. Contra ele também estaria sendo cumprido
mandado de busca e apreensão.
Entre os alvos de mandados de condução coercitiva estão a
ex-mulher de Cabral, Suzana Neves Cabral, e um irmão dele, Maurício de Oliveira
Cabral.
Um dos mandados de prisão já cumprido tem como alvo
Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike e vice-presidente do Flamengo. Ele é
acusado de ocultação e lavagem de dinheiro. Godinho já tinha sido alvo de
condução coercitiva na 34ª fase da Operação Lava Jato, em setembro de 2016.
O UOL ainda não conseguiu contato com a defesa dos alvos
na operação de hoje.
Cabral á acusado de liderar grupo
Em novembro do ano passado, Cabral foi preso durante a Operação
Calicute, que antecedeu a ação de hoje. O ex-governador foi detido em seu
aparamento, no Leblon, na zona sul carioca, e hoje se encontra em uma cela do
Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste. Contra ele havia
dois mandados de prisão, dos quais um expedido pelo juiz Sérgio Moro.
As investigações mostraram, de acordo com a Justiça, que
Cabral liderou um grupo de operadores e beneficiários de esquema de propina
junto a empreiteiras que tinham contratos com o governo do Estado.
Eram empresas responsáveis por tocar grandes obras, como
a reforma do Maracanã, a construção do Arco Metropolitano e projetos de
urbanização em favelas da cidade.
O prejuízo estimado para os cofres públicos é de R$ 224
milhões, segundo denúncia do MPF (Ministério Público Federal). A defesa de
Cabral diz que ele nega todas as acusações.
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