quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

PF faz buscas na casa do governador do TO em operação que investiga primeira-dama

A 6ª fase da operação Ápia foi deflagrada em Palmas e em Brasília. Polícia Federal cumpre 16 mandados de busca e apreensão e oito de intimação.

Por G1 Tocantins e TV Anhanguera


A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira (13), mandados de busca e apreensão e de intimação na casa do governador Marcelo Miranda (PMDB) e da primeira-dama e deputada federal Dulce Miranda (PMDB). Ela é um dos alvos da 6ª fase da operação Ápia da Polícia Federal, que investiga corrupção e lavagem de dinheiro.

O deputado federal do Tocantins Carlos Gaguim (Pode) e o empresário Benedito Farias, conhecido como Dito do Posto, dono de uma rede de postos de combustíveis, também são investigados.

O G1 ainda não conseguiu contato com os deputados ou seus assessores. O portal ligou para o celular pessoal do empresário Dito às 9h, mas as ligações caíram na caixa postal. Por volta do mesmo horário, a reportagem também ligou para os telefones da CRT, mas ninguém atendeu.

A polícia cumpre 16 mandados de busca e apreensão e oito de intimação contra investigados mencionados em acordo de colaboração premiada homologado no Supremo Tribunal Federal.

Alguns dos locais onde a PF cumpre mandados de busca e apreensão são a casa do governador e o prédio onde moram Gaguim e Dito do Posto. A decisão é do STF porque envolve pessoas com foro privilegiado.

A PF informou que nesta fase da operação, apura-se os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro decorrentes de vários pagamentos de propinas realizados pela empresa Construtora Rio Tocantins (CRT), de propriedade do colaborador Rossine Ayres Guimarães, a políticos. O G1 busca contato com a empresa, desde às 8h.

Operação Ápia

A 1ª fase da Operação Ápia foi deflagrada em outubro do ano passado para desarticular uma organização criminosa composta por servidores públicos, empresários e agentes políticos, investigados por fraudes em licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica em várias rodovias estaduais em valores que superam R$ 850 milhões.

As obras foram custeadas por recursos públicos adquiridos pelo Estado de Tocantins, por meio de empréstimos bancários internacionais e com recursos do BNDES, tendo o Banco do Brasil como agente intermediário dos financiamentos no valor total de R$ 1.203.367.668,70.

Na época, 115 mandados judiciais foram cumpridos. Um deles foi contra o ex-governador Sandoval Cardoso (SD), que teve a prisão preventiva decretada e ficou 15 dias preso na Casa de Prisão Provisória de Palmas.

O ex-governador Siqueira Campos, também foi alvo na 1ª fase da operação. Ele foi levado para prestar depoimento na sede da PF, em Palmas.

Segundo o superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, os núcleos eram formados com a intenção de fraudar e burlar a fiscalização de forma a conseguir lucrar com os serviços, que muitas vezes não eram executados.

"O núcleo político era composto por pessoas que compunham o alto escalão do Estado, dois ex-governadores [Sandoval Cardoso e Siqueira Campos] que, através de contratos com Banco do Brasil, conseguiram empréstimos internacionais", disse.

O superintendente explicou que os empréstimos estavam fundamentados em uma lei estadual, a qual também autorizou o estado a criar um comitê executivo que gerava os recursos e os distribuía para várias secretarias estaduais. Uma delas era a Secretaria de Infraestrutura (Agetrans) que fazia a licitação e o acompanhamento de todas as obras.

"Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal", explicou o procurador da república José Ricardo Teixeira.

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