No entendimento do MPF, Geddel atuou para constranger
Funaro, telefonando por diversas vezes para a esposa dele, Raquel Pitta, quando
o operador já estava preso, com objetivo de convencê-lo a não se tornar um delator.
“Dessa forma, era incutida em Lúcio Funaro a apreensão e o temor por represálias, para que não colaborasse espontaneamente com as investigações, causando, portanto, embaraço a investigação de crimes praticados por organização criminosa no âmbito da CEF”, argumentam os procuradores.
Em depoimento prestado nessa semana ao juiz Vallisney de
Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, onde corre o processo, Geddel voltou
a negar que tenha tentado amedrontar Funaro. Segundo ele, seus telefonemas eram
para manifestar solidariedade à família do operador financeiro detido, para que
não se sentissem isolados.
“Falei algumas vezes com a senhora [Raquel]. Posso dizer
que esses telefonemas amigáveis devem ter lhe feito bem”, comentou o
ex-ministro, comparando a situação de Raquel Pitta à de sua própria família
após ele próprio ter sido preso. “Amigos de longa data me lançaram ao degredo,
ao Vale dos Leprosos”, queixou-se Geddel, que não respondeu às perguntas feitas
pelos procuradores, por orientação da defesa.
Após as alegações finais da defesa do ex-ministro, o
processo estará pronto para a sentença do magistrado.
Geddel está preso desde o dia 8 de setembro do ano passado
em função de outra investigação, a que trata da origem de R$ 51 milhões
encontrados no apartamento de um amigo do político, em Salvador.
Segundo a Polícia Federal, parte do dinheiro seria
resultante de um esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica
Federal no período entre 2011 e 2013, quando Geddel era vice-presidente de Pessoa
Jurídica da instituição.
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