quinta-feira, 12 de julho de 2018

Em clima de “Fla x Flu”, Câmara do Rio de Janeiro rejeita pedido de impeachment de Crivella

Por Jovem Pan



Após as acusações de que o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), teria violado o estado laico, a Câmara dos Vereadores suspendeu o recesso parlamentar para votar um possível processo de impeachment por improbidade administrativa. Mas a denúncia foi rejeitada por 29 votos a 16.

A sessão durou cerca de três horas e meia e foi marcada por intensos bate-bocas entre parlamentares da situação e da oposição. O clima dentro do Plenário foi de um verdadeiro “Fla x Flu”. Em qualquer manifestação favorável ao governo, grupos contrários gritavam o tempo todo “Fora, Crivella”, enquanto o lado pró-prefeito respondia com sonoras vaias.

Em determinado momento, o presidente da Casa, vereador Jorge Felippe (MDB), precisou interromper a sessão para pedir silêncio aos manifestantes. Durante seu pronunciamento, o vereador Felipe Michel (PSDB) chamou o processo de “palhaçada” e disse que Deus ama o católico, o evangélico e o espírita.

Já o vereador Otoni de Paula (PSC) foi interpelado por diversas vezes ao defender o prefeito e chegou a cruzar os braços até que os manifestantes fizessem silêncio. “Povinho sem educação. Essa esquerda não tem educação”, declarou o parlamentar que mandou beijos ao público presente nas galerias.

Por conta da atitude, de Paula foi chamado de “hipócrita” pelo vereador David Miranda, que o acusou de ter incitado os manifestantes, e em seguida dançou em tom de deboche.

Última oradora a encaminhar seu voto, a vereadora Rosa Fernandes (MDB), destacou que é preciso discutir o rito da denúncia e não apenas tratar do aspecto religioso. A parlamentar ressaltou ainda que tem recebido ameaças, mas não vai abrir mão de suas convicções para se tornar mais uma “Marielle”.

A votação foi realizada de forma eletrônica e com a proclamação do resultado oficial, o lado favorável a Marcelo Crivella vibrou com o tradicional cântico “O que eu quero é ser feliz”. Já o membro da oposição, vereador Fernando William (PDT), cobrou mais decoro de Otoni de Paula e disse que “a Câmara perdeu a oportunidade de cumprir seu papel fundamental que é fiscalizar as ações do poder Executivo”.

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