Dom Gil Antônio Moreira - Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora – MG
O coração da maioria dos brasileiros confia na intercessão
de Maria, a Mãe do Senhor. Afinal, foi a Virgem de Nazaré que socorreu a
família de Caná da Galileia, quando esteve em apuros. Dirigindo-se a Jesus, sua
prece de intercessão foi atendida de imediato. A única recomendação dada por
ela foi essa: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2, 5). Assim, segundo as
Escrituras, se deu o primeiro milagre de Cristo.
Nesta hora de novas esperanças para o Brasil e os Estados
da Federação, quem crê nessa verdade não deixará de invocar sua proteção,
suplicando que ampare os recém-eleitos, bem como as famílias, a vida, a
dignidade humana, a paz social e a democracia. Debaixo do manto de Nossa
Senhora e Nossa Rainha, os fiéis brasileiros colocam as crianças para que não
sejam maculadas com ideologias agressivas à moralidade e à ciência, depositam
os 14 milhões de desempregados gerados pela crise dos últimos anos, introduzem
a falta de segurança diante do crescimento assustador de crimes, suicídios e
violência.
Também esperam soluções viáveis para as questões trabalhistas, o uso ou não de armas, a reforma do sistema carcerário que hoje não consegue restaurar a vida dos apenados. Outros pontos preocupantes, para governantes e o povo, são como vencer a desumanidade dos abortistas, a incompreensível proposta de socialização das drogas ilícitas, a corrupção política, as questões ecológicas, o insuficiente saneamento básico e a educação distorcida para crianças entregues ao Estado em tempo integral, com mínimo de participação dos pais. Muitos outros problemas estarão na pauta dos novos governantes e na esperança dos brasileiros.
Quanto ao aborto, o Papa Francisco, na catequese que fez
dia 10 de outubro passado, afirmou: “Interromper uma gravidez é o mesmo que
eliminar alguém. É justo eliminar uma vida humana para resolver um problema?
(…) É justo contratar um matador de
aluguel para resolver um problema? Não, isso não é justo”. Em junho passado, o
Papa Francisco havia comentado com severidade comparando o aborto feito em caso
de malformação do feto como programa de “eugenia da era nazista”.
Alimentemos nossa esperança. Confiamos na intercessão de
nossa Mãe e Padroeira que pedirá ao Pai e ao Filho que enviem o Espírito Santo
para iluminar os eleitos nos Poderes Executivo e Legislativo, e também sobre o
Judiciário para que a vida seja defendida em sua integralidade.
Sobre a devoção dos brasileiros a Nossa Senhora
Aparecida, o Papa Francisco escreveu aos Bispos reunidos na 36ª Assembleia da
Conferência Episcopal Latino Americana, em maio de 2015, afirmando: “Em
Aparecida, encontramos a dinâmica do povo fiel que se confessa pecador e salvo
(…), um povo consciente de que suas redes, sua vida, está cheia de uma presença
que o anima a não perder a esperança; uma presença que se esconde no cotidiano
do lugar e das famílias, nestes silenciosos espaços em que o Espírito Santo
continua apontando ao nosso Continente. Tudo isto nos apresenta o formoso ícone
que a nós pastores convida a contemplar”.
O atual Sucessor de Pedro já havia valorizado a
celebração e o amor do povo brasileiro a Nossa Senhora com outros expressivos
gestos. Concedeu indulgência plenária, durante o Ano Mariano, aos peregrinos do
Santuário Nacional e das Paróquias a ela dedicadas, mandou edificar, nos
jardins do Vaticano, monumento à “Padroeira do Brasil”, enviou mensagens,
escreveu oração, mandou seu Legado para as celebrações dos trezentos anos do
encontro da imagem em 2017, por fim, ofereceu a Rosa de Ouro ao Santuário de
Aparecida, prêmio raro e singular que a Santa Sé reserva para ocasiões muito
especiais, tendo afirmado anteriormente, que “Deus ofereceu ao Brasil a sua
própria Mãe”.
Ela acompanhe passo a passo e abençoe o novo Presidente
da República, Jair Messias Bolsonaro, o Governador de Minas, Sr. Romeu Zema
Neto, e todos os demais eleitos. Todos estamos, com fé em Deus e a proteção
materna de Maria, torcendo pelo Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.