MIGUEL GUSTAVO DE PAIVA TORRES
Interessante que haja uma corrida rumo à Israel de novos
chefes da República. Witzel, próximo
governador do Rio, quer fazer uma compra milionária de Drones para
vigiar e assassinar. Certamente a compra será feita nos parâmetros legais, até
porquê trata-se de um juiz e a imprensa certamente acompanhará. Todo cuidado é pouco porque o governo de Bibi
Netanyahu, apoiado pela ultra direita de Israel, é considerado lá o mais
corrupto governo já havido na velha Jerusalém, desde o governo do Rei Salomão.
O Presidente eleito se diz entusiasta das técnicas de
irrigação que poderiam ser a salvação do Nordeste. Mas em Israel não há nada
parecido com a transposição do Rio São
Francisco, até porque o seu território equivale ao do DF. Seria então
por motivos religiosos? Mas como explicar aos cristãos Urbis et Orbis que o
cenáculo onde Jesus de Nazaré fez a sua última ceia foi “desapropriado” da custódia cristã e entregue à custódia israelita por estar no mesmo
edifício onde se encontra o túmulo de David , em subsolo com entrada totalmente separada?
Como explicar a aversão à Palestina e árabes se grande e
representativa parte desses nacionais da Palestina são fervorosos cristãos
residentes em Jerusalém e nas vizinhas Belém, Jericó e Ramallah, capital
oficial da Autoridade Palestina, com íntimas relações com as autoridades
judaicas de Tel Aviv? É tradição em Jerusalém que a abertura e fechamento da porta
da Igreja do Santo Sepulcro, onde está o túmulo original de Jesus, sejam
responsabilidade de uma família árabe.
Será que os assessores do novo Presidente não o
assessoram? Como explicar que o novo governo brasileiro vai dar preferência a
um governo que é rechaçado por quase
metade da população de Israel por continuadas denúncias de corrupção, que
apontam para um gangsterismo parecido com o que acaba de derrubar em seu
próprio Brasil? Há algo a mais no ar do que simples aviões de carreira.
Por que designar um chanceler que parece ainda verde para
o cargo? Para administrar a soberania, integridade e relações universais do
Brasil ou para seguir ordens dos
“amigos” de Netanyahu e de Trump?
São perguntas que não querem calar porque a sensação é a
de que estamos sendo vigiados por esquadrilhas de Drones e exércitos
cibernéticos, que certamente não são brasileiros. Todo cuidado é pouco. Não
custa indagar. E esperar uma resposta.
Miguel Gustavo de Paiva Torres é diplomata, comendador da
Ordem de Rio Branco e Medalha Tamandaré, por serviços prestados ao Itamaraty e
à Marinha do Brasil.

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