A União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) completa este ano um século de existência e vai comemorar rodeada de astrônomos profissionais e entusiastas em diferentes eventos mundiais para estimular o interesse pela ciência como ferramenta de desenvolvimento.
"Trata-se de comemorar não só os cem anos da
organização, mas de ressaltar as descobertas astronômicas e o potencial que tem
a astronomia para ajudar na cooperação, no desenvolvimento tecnológico e na
diplomacia", explicou à Agência Efe Jorge Rivero González, coordenador das
celebrações na Holanda.
Com mais de mil eventos e atividades registradas em 95
países, a IAU está se preparando para uma comemoração peculiar que durarão um
ano inteiro e que mostrarão especialmente a importância da astronomia como
ferramenta, e não só como ciência em si mesma.
As comemorações começam no próximo fim de semana, entre
10 e 13 de janeiro, com cem horas consecutivas de astronomia que acontecerão de
forma paralela em 75 países, não só com observações estelares mas também com
outros 420 eventos diferentes.
Durante quatro dias e três noites, astrônomos
profissionais, amadores, entusiastas e público interessado neste tema
compartilharão conhecimentos, perguntas, experiências e curiosidades em
diferentes unidades, como o Observatório Astronômico de Leiden, na Holanda, mas
também em colégios e universidades.
González explicou que todos os projetos para o centenário
começaram a ser preparados em 2017, através de uma espécie de
"secretariado de coordenação" de eventos na Holanda e reativando a
rede de nós em diferentes países para incluí-los nos preparativos e planos.
Comunidades de todo o mundo se registraram para
participar deste esforço "conjunto para levar a astronomia ao
público", especialmente com a ajuda do escritório de divulgação montado no
Japão, ressaltou o coordenador.
O evento principal da União Astronômica Internacional
1919-2019 está previsto para os dias 11 e 12 de abril, com uma grande festa no
Palácio das Academias em Bruxelas, em cerimônia que reunirá centenas de
reconhecidos cientistas, funcionários de alto escalão, membros da indústria
astronômica, legisladores e jovens pesquisadores.
Participarão, entre outros, o nobel de Químico holandês
Ben Feringa, e o de Física, o americano Brian Schmidt, junto com o astronauta
japonês Chiaki Mukai (Jaxa) e o americano John Grunsfeld (Nasa), afirmou a IAU
em comunicado.
Além disso, as outras atividades programadas para este
ano incluem exposições como "Above and Beyond" e programas nas
Escolas de Einstein, ou de astronomia e astrofísica, que terão a sua disposição
estruturas de apoio criativo para envolver seus estudantes no processo de
aprendizagem.
A IAU deu seu apoio a outros 21 projetos especiais em
nível nacional e local no mundo todo, que terão objetivos mais específicos,
como a igualdade de gênero em Moçambique, a conscientização sobre os céus
escuros na Irlanda e na Holanda, e outras ações de divulgação em zonas urbanas
e remotas em Brasil, Argentina, Índia e Zâmbia.
A Espanha sediará um show de "rock
astronômico", haverá formação de professores de astronomia em Croácia,
Hungria, Malásia, Palestina e Ucrânia, ao mesmo tempo que estão previstas
atividades de divulgação com idosos no México e eventos educacionais para comunidades
de refugiados no acampamento de Tinduf (Argélia).
Chile e Argentina apostaram em contribuir para um mundo
sem barreiras dando às pessoas com incapacidade visual acesso aos eclipses
solares e os astrônomos amadores do Irã vão realizar um concurso de
astrofotografía.
"A ideia é fomentar um uso inclusivo da astronomia,
que se possa usar para o desenvolvimento da sociedade. É uma ciência que pode
incluir diferente matérias e pode levar a aplicação do método científico ao
pensamento crítico das pessoas" concluiu González.

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