A construtora OAS distribuiu entre 2010 e 2014 cerca de R$
125 milhões em propinas e repasses de caixa dois a pelo menos 21 políticos de
oito partidos . A revelação é parte da delação premiada feita por oito
ex-funcionários que atuavam na “Controladoria de Projetos Estruturados”, o
departamento clandestino da empreiteira, homologada pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) no ano passado e que era mantida até agora em sigilo.
O jornal O Globo teve acesso a um relatório de 73 páginas
da Procuradoria-Geral da República (PGR) em que a procuradora-geral, Raquel
Dodge, resume as revelações dos ex-executivos, contidas em 217 depoimentos, e
pede providências ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no
Supremo. Os funcionários do setor revelaram os nomes dos políticos, as
campanhas financiadas irregularmente, as obras superfaturadas para alimentar o
caixa clandestino da empreiteira e o método de funcionamento do esquema.
Ainda segundo o jornal, a lista de beneficiários elencada
pelos delatores é multipartidária e reuniria alguns dos mais proeminentes
políticos do país no período. Entre os acusados de receber propina estão o
senador Jaques Wagner (PT) e o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da
União, além do ex-governador Fernando Pimentel (PT-MG), do ex-deputado Eduardo
Cunha (MDB-RJ) e do ex-ministro Edison Lobão (MDB-MA). Vários outros teriam
recebido caixa dois, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
o senador José Serra (PSDB-SP), o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-prefeito
Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral entre outros.
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