Da ONU News
Organização alerta para falhas do “paradigma punitivo
dominante”; objetivo das normas é combater abordagens que violam os direitos
humanos e fracassam em conter o tráfico ilícito de drogas.
Estados-membros, entidades das Nações Unidas e
especialistas em direitos humanos lançaram um conjunto de padrões legais
internacionais para transformar e reformular as respostas ao problema mundial
das drogas.
As Diretrizes Internacionais sobre Direitos Humanos e
Políticas de Drogas foram apresentadas pela Comissão sobre Narcóticos em Viena
de Áustria na sessão que decorre até 22 de março.
Falhas
Fundamentadas em décadas de trabalho, estas diretrizes são
um guia para os governos desenvolverem políticas públicas de drogas em conformidade
com os direitos humanos, cobrindo o espectro desde o cultivo até o consumo.
Aproveitando a natureza universal dos direitos humanos, o
documento cobre uma variedade de áreas políticas, desde o desenvolvimento até a
justiça criminal e a saúde pública.
Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/
Sida, Onusida, as diretrizes surgem “num momento importante”, quando
representantes governamentais de alto nível estão reunidos na Comissão sobre
Narcóticos para formar uma nova estratégia global sobre drogas.
A Onusida destaca que perante o peso das evidências que
mostram “as falhas sistémicas do paradigma punitivo dominante”, incluindo
violações generalizadas dos direitos humanos, os governos enfrentam crescentes
apelos para mudar de rumo.
Abordagem
O diretor do Grupo de HIV, Saúde e Desenvolvimento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, Mandeep Dhaliwal, considera que “as políticas de controlo de drogas se cruzam com grande parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a promessa dos Estados Membros de não deixar ninguém para trás.”
Por isso, o representante adianta também que as “abordagens
que violam os direitos humanos e fracassam em conter o tráfico ilícito de
drogas deixam um rastro de sofrimento humano.
Para a Comissão, os países que estão prontos a colocar a
dignidade humana e o desenvolvimento sustentável no centro das suas políticas
de controlo de drogas, têm agora essas a “orientação valiosa” destas diretrizes
para promover uma política de controlo de drogas mais efetiva e humana.”
Recomendações
Buscando promover o Estado de direito, as diretrizes apresentam recomendações sobre a administração da justiça, incluindo práticas discriminatórias de policiamento, prisão e detenção arbitrária e descriminalização de drogas para uso pessoal.
Adicionalmente, elas articulam a legislação de direitos
humanos com a política de drogas, que inclui acabar com a pena de morte por
delitos relacionados com estupefacientes.
Pelo menos 25 governos já cancelaram penas criminais pela
posse de drogas para uso pessoal não médico, seja na lei ou na prática
O sistema das Nações Unidas convocou conjuntamente a
descriminalização como uma alternativa à condenação e punição em casos
apropriados.
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