“A preocupação é total [com base] e nós vamos ter que trabalhar lá dentro do Congresso. É a conquista de corações e mentes”, disse Mourão ao deixar o Palácio do Planalto. Por se tratar de uma PEC (proposta de emenda à Constituição), o projeto que modifica as regras de aposentadoria para o regime geral requer um apoio mínimo de 308 deputados, em votação que é feita em dois turnos.
Já para os militares, cujas mudanças serão feitas por meio
de lei ordinária, é necessária apenas maioria simples para aprovação.
O general assumiu a Presidência da República interinamente
devido à viagem de Jair Bolsonaro ao Chile, para onde ele partiu na hora do
almoço. Ao comentar o impacto da prisão de Temer nesta quinta para a relação do
Congresso e da aprovação da reforma, Mourão reconheceu haver ruído, mas disse
que isso pode passar em breve.
“Tem ruído, vai ficar esse ruído, mas vamos aguardar, daqui
a pouco pode ser que ele seja solto. Vamos ver o que vai acontecer”, disse.
Questionado sobre se esperava que o ex-presidente será liberado da prisão, Mourão
disse que “daqui a pouco, volta e meia um ministro qualquer dá um habeas corpus
para ele”.
O presidente interino minimizou ainda as críticas feitas
por parlamentares ao texto que modifica a regras de aposentadoria para
militares.
Segundo ele, os integrantes das Forças Armadas contribuíam
com uma parte maior do que o governo e o que foi feito com o texto é um ajuste.
“Tínhamos um sistema de proteção assistencial que era deficitário, ele passa a
ser superavitário, o que está acertado: o governo dá uma parte e os militares
dão outra parte. E a parte que os militares dão, se vocês olharem aquele
gráfico que foi dado, ela é anualmente maior do que a contraparte do governo.
Então a consequência é um sistema superavitário”, disse.
Segundo ele, essa percepção de desigualdade se deu por inicialmente governo
falou em economia na ordem de R$ 90 bilhões, prevendo apenas as regras de
aposentadoria que seriam revistas. Na conta final, que levou em conta o aumento
de gastos com a reestruturação de carreira da categoria, a equipe econômica
estima uma economia de R$ 10,5 bilhões.
“Se for falado naqueles termos que foram falados
anteriormente, vai economizar R$ 90 bilhões, realmente ela não economiza isso
ai, mas ela organiza os sistema, que não era economizado”, disse. Mourão disse
ainda que a reforma da Previdência é apenas “a boca da garrafa” dos problemas
que o Brasil precisa enfrentar na área econômica.
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