MEMÓRIA VIVA
Joizacawpy Muniz Costa
Estou eu aqui sentada em um banco de praça a contemplar o mar. Mas não estou em qualquer praça, estou privilegiadamente no “largo dos amores” que tem por missão maior tornar viva nas memórias não só de forma emblemática, mas concreta, a imortalidade de um gênio humano que soube tão bem nas letras deixar sua alma gravada para sempre.
Sim, estou eu em plena praça Gonçalves Dias, daqui avisto o mar, a maré está cheia e me pego a ver a cidade sob dois ângulos distintos. De um lado a nossa “velha” cidade que sustenta sua riqueza patrimonial com um acervo de construções pertencentes a tempos remotos repletos de histórias. São casarões, sobrados, igrejas e as próprias ruas ladrilhadas de paralelepípedos, ou ornadas com pedras de cantarias e ainda suas ladeiras tão peculiares.
Tem-se logo adiante uma ponte que passa sobre o mar a cortar a cidade, essa nos faz aportar numa São Luís renovada com arquitetura e aspectos que se diferenciam das antigas construções coloniais. A ponte é o elo entre a antiga e a nova cidade que segue a dinâmica de se refazer com ares mais modernos, entretanto nenhuma destas, “nova e velha cidade” se sobrepõem a outra. São estruturas de uma mesma cidade onde bate o coração apaixonado de um povo que a ama em todas as suas extensões.
Agora o sol já se mostra caindo no horizonte lá onde encontra o mar, esse mesmo mar que guarda o gosto de sal das lágrimas do poeta que se encantou nas águas salgadas.
Volto o meu olhar para a igreja dos remédios e já é noite contemplo o Deus que sinto estar ali embalado pela Mãe dos Remédios.
As palmeiras esvoaçando suas folhas trazem novamente a minha memória o poeta da Canção do Exílio, da Canção do Tamoio, o poeta que cantou sua Terra e sua gente com um amor ímpar e inigualável. Só uma coisa lamento neste momento, é não consegui ouvir o canto do sabiá.
Joizacawpy Muniz Costa
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