Impunidade dos corruptos
Por Deltan Dallagnol
30 / 10 / 2024
A decisão do ministro Gilmar Mendes de anular todas as condenações de José Dirceu, citando uma suposta “confraria” entre o juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato, é mais uma prova da hipocrisia suprema de Gilmar, que coa um mosquito mas engole um camelo quando o assunto é Lava Jato.
Confraria, ministro Gilmar, é a união de ministros do STF com acusados, condenados e criminosos confessos da Lava Jato em convescotes e eventos de luxo no exterior, em cidades como Roma, Londres, Nova York e Paris. Estranhamente, são as mesmas pessoas beneficiadas por decisões do STF.
Confraria é ver ministros do Supremo se reunindo no exterior com gente como os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da J&F, que confessaram ter subornado mais de 100 políticos e pago bilhões em propina.
Anos atrás, em um bate boca com o ministro Barroso no Plenário do Supremo, Gilmar acusou Barroso de “soltar” José Dirceu; hoje, é Gilmar quem blinda Dirceu e abre o caminho para que ele se candidate novamente em 2026.
Gilmar ataca a Lava Jato mas fecha os olhos para abusos judiciais comprovados de seu colega Alexandre de Moraes, implicado no escândalo da “Vaza Toga”, revelado pela Folha de S. Paulo, que desnudou a confraria de Alexandre de Moraes com ele mesmo: ele é investigador, procurador e juiz, tudo ao mesmo tempo.
José Dirceu foi condenado no Mensalão e em três instâncias na Lava Jato, por provas documentais robustas de recebimento de propinas milionárias de empreiteiras envolvidas no escândalo do Petrolão.
Como o sistema não consegue explicar as provas da corrupção, usa falsos pretextos e narrativas em decisões que blindam políticos e empresários amigos do sistema e assim tudo continua como sempre foi. A verdadeira confraria aqui não é a da Lava Jato, mas é do sistema em uma grande festa da impunidade dos corruptos.
Fonte - Facebook
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