Inesquecíveis lições
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Anotou o Evangelista Lucas, conforme lhe foi narrado, que nas pregações de Jesus, pedidos de variada ordem lhe eram dirigidos.
Ele falava de um reino pleno de riquezas, um reino para além das fronteiras dos homens. Discorria a respeito de um rei que comandava o Universo e todas as suas leis.
Convidava as pessoas a aderirem a esse reino, que traduzia paz, mesmo em meio aos temporais das adversidades.
No entanto, bastava calar-se para que, dentre a multidão que sempre O acompanhava, começassem as rogativas.
Alguém clamava pela saúde que se fora, há muito tempo, embrulhada em panos de desesperança.
Outro suplicava pelo amainar das dores do filho amado, da filha querida.
Havia outros, no entanto, que se dirigiam ao Mestre em tom de comando: Exige que meu sogro defina a posse da Terra, na qual trabalho, transferindo-a para mim.
Impõe a meu irmão que venha trabalhar comigo no solo que nossos pais nos legaram e que é o sustento de nossas famílias.
Interfere de modo a que eu venha ganhar a causa na justiça pela partilha dos meus bens que estão em demanda.
Então, a Voz da Sabedoria advertia: Quem, dentre vós, me elegeu para juiz das vossas causas?
Cuidado! Ficai de sobreaviso contra todo tipo de ganância. A vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens.
Solucionai os vossos problemas sem grandes agravos, trabalhando pelo bem geral, porque tudo passa, assim também a juventude, a maturidade...
O meu reino é daqueles que se fazem ricos pelo que dão, pelo que cedem, pelo que perdoam, pelo que perdem, pois ganham a paz que nada pode perturbar.
Ide em paz e amai a todos, sem vos preocupardes em demasia pelo dia de amanhã, pois que cada um deles tem a sua própria aflição.
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Persistem, nos dias correntes, muitas dessas situações. Alguns procuramos os templos de oração em busca de soluções para questões terrenas.
Buscamos o atendente, o sacerdote, o pastor, na ânsia de que ele, por seus méritos, rogue à Divindade para que a justiça da Terra aja em nosso favor. Que o processo se finde com rapidez e sejamos agraciados com os bens que aguardamos.
Aproximamo-nos da casa de oração para rogar pela declaração de que fomos agraciados no concurso que prestamos, que sejamos logo chamados e que nosso salário seja o mais compensador.
Esperamos que frequentando, assiduamente, o templo de nossa devoção, sejamos compensados com bênçãos especiais. A não ser assim, para que serviria nossa dedicação?
Esperamos, queremos, exigimos... E quando nada acontece da maneira que desejamos, nos dizemos abandonados por Deus.
Alguns dizemos não mais crer em Quem se fez surdo aos nossos anseios.
Importante lembrar para quê nascemos, porque nos encontramos neste planeta. Certo que necessitamos do abrigo, da vestimenta, do alimento.
Deverá, porém, nosso propósito ser o de acumular haveres?
O mundo é rico de tesouros sem valor e que lhes são atribuídos significados destituídos de importância, porque tudo se interrompe com a morte, passando para outras mãos, que também irão ceder a outras mais adiante...
Reflitamos a respeito...
Redação do Momento Espírita, com base no Evangelho de Lucas, cap. 12, vers. 13 a 21 e no cap. 6, do livro O Essencial, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 31.10.2024
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