Aumento da dívida brasileira sufoca a população e trava o desenvolvimento
Por Simplício Araújo
Nos últimos anos, a dívida pública do Brasil tem crescido num ritmo preocupante. A previsão é que chegue a 81% do PIB em abril de 2025, maior alta percentual desde a pandemia.
Isso não significa progresso – pelo contrário. O que estamos vendo é um rombo cada vez maior nas contas públicas, sem retorno para a população. O governo gasta mais do que arrecada, mas esse dinheiro não está sendo investido em infraestrutura, inovação ou educação. Ele vai, principalmente, para manter a máquina pública funcionando e bancar despesas que pouco contribuem para o crescimento do país.
O pior é que boa parte desses gastos tem mais a ver com interesses políticos do que com o bem-estar da população. O foco dos governantes parece ser garantir mais poder, enquanto o futuro do país fica em segundo plano.
Se o dinheiro da dívida fosse usado para fazer o Brasil crescer, ainda haveria algum sentido nisso. Mas, na prática, o que acontece é que o governo segue pegando dinheiro emprestado para cobrir buracos, pagar salários, manter programas de eficiência duvidosa e arcar com juros absurdos. O resultado? Um círculo vicioso: o país cresce pouco, os investidores perdem a confiança e os juros sobem ainda mais. No final, quem sente o impacto direto é o trabalhador, que vê o crédito mais caro, as empresas investindo menos e as oportunidades de emprego diminuindo.
Outro problema grave é a inflação. Quando o governo gasta mais do que pode e financia despesas sem estimular a economia, a demanda sobe artificialmente, enquanto a oferta de bens e serviços continua a mesma. Isso faz os preços dispararem, levando o Banco Central a subir os juros para tentar segurar a inflação. No fim das contas, a economia fica travada.
Para piorar, só em 2024, o governo gastou R$ 329 bilhões em juros e amortizações da dívida, usando fontes que nada têm a ver com a emissão de títulos públicos. Enquanto isso, a emissão de títulos para bancar gastos sociais foi de apenas R$ 92 bilhões. Ou seja, na prática, a dívida pública tirou R$ 237 bilhões das áreas sociais – dinheiro que poderia estar sendo investido em saúde, educação e infraestrutura.
Mesmo diante desse cenário, o sistema político parece não se importar em mudar o rumo das coisas. As reformas necessárias para controlar os gastos e direcionar recursos para investimentos estratégicos seguem emperradas. O debate político continua girando em torno da disputa pelo poder, sem preocupação real com o futuro do país.
Se nada for feito, o Brasil continuará refém de uma dívida crescente, com impactos diretos no crescimento econômico, na geração de empregos e na qualidade de vida da população. E, no final, não importa qual seja a sua posição política: essa conta será paga por todos nós.
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