sexta-feira, 17 de julho de 2015

"PÁTRIA EDUCADORA"

Por Agenor Santos

Educação de qualidade! É um dos anseios dos pais de alunos da rede pública, sempre anunciada pelos governantes como prioridade, com projetos de lei, Lei, a exemplo da famosa Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que teoricamente não existe outra igual no mundo; mas que infelizmente na prática a realidade é outra. Sonhar não faz mal a ninguém, mas melhor é concretizar.

É inadmissível que as autoridades responsáveis pelo futuro do Brasil, com foco na educação, negligenciem a ponto de provocar reação dos profissionais da área, os professores, pais de famílias e também de alunos a se exporem em praça pública a protestar, em reivindicar melhores condições de trabalho e salário, enquanto isso são alvo da repressão policial, tratados como vândalos, recebendo tiros de borracha e spray de pimenta, o que é de lamentar, o que deveria ter sido evitado, se na prática a educação de qualidade correspondesse com a teoria da LDB-Lei de Diretrizes e Bases ou o PNE-Pano Nacional de Educação tão exaustivamente propagados na mídia, e mais, assistimos repetidamente a divulgação de "Pátria Educadora". Como assim? As Universidades Públicas estão sucateadas; a exemplo da UFRJ-Universidade Federal do Rio de Janeiro, que teve um corte das verbas orçamentárias previstas para 2015, devido o corte do reajuste fiscal, e reduziu investimentos no ensino superior, para financiar matrículas e bolsas das instituições privadas, por meio do ProUni e do Fies. Segundo o jornal "O Estado de  São Paulo, das 64 universidades federais, 38 encontram-se em greve.

Recentemente tivemos episódios de extrema violência, com mais de 200 feridos na grande Curitiba-PR, que nos levaram a refletir, por que tanta violência contra professores? Protestar ou reivindicar é crime? Ninguém faz greve sem motivo; os professores principalmente, os filhos dos docentes também foram prejudicados, por serem alunos da rede pública. Na grande São Paulo, os professores estiveram em greve por mais de 90 dias, o estado mais rico do Brasil, é um exemplo inconteste da ausência  do Poder Público em proporcionar condições dignas aos profissionais do ensino-aprendizagem, relutando em atender suas reivindicações. Afinal de contas, todos os demais  profissionais, sejam eles com fundamental menor, maior, médio e superior, todos inevitavelmente passam pelas mãos dos professores. E a pergunta: Por que ex-alunos hoje investidos em elevados cargos se transformam a ponto de ignorar o valor do professor? Gostaríamos de uma resposta plausível.

Governo que preza pela educação não estimula conflitos de proporção violenta entre professores e o aparelho repressor do Estado, que já se tornou um ciclo vicioso, uma prática nociva de desrespeito aos profissionais da arte mais nobre - os professores -, responsáveis pelo desenvolvimento de qualquer país, desde que haja consciência e vontade política para que possamos efetivamente alcançar uma educação de qualidade, e sem sofisma, uma "Pátria Educadora".

Agenor B. Santos/ Pós-graduação em Docência Superior

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