Recém-filado ao PSDB, que passou a comandar seis estados, o governador do Mato Grosso, Pedro Taques, em entrevista concedida às páginas amarelas da revista “Veja” desta semana, falou sobre o cenário político, gestão pública, pacto federativo, operação Lava-Jato e a possibilidade de impeachment da presidente.
Ao ser indagado “sobre o entendimento do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, de que a presidente Dilma não pode ser investigada na
operação Lava-Jato”, ele observou que considera “ilógico” não investigar a
presidente Dilma Rousseff.
“A Constituição diz que o chefe do poder executivo não pode
ser processado durante o exercício do mandato por atos estranhos à sua função.
Ou seja, se for em razão do exercício da função, ele poderá ser processado.
Como você saberá se o fato é ou não estranho ao exercício da função sem
investigar? É ilógico.Investigar é uma necessidade. A Constituição não proíbe a
investigação.”
Sobre gestão pública, Pedro Taques citou algumas ações
implementadas no estado do Mato Grosso que visam ajustes na máquina, como
cortes no número de secretarias, de cargos comissionados e de determinados
gastos.
“Sou defensor da tese de que você só pode gastar o que
arrecada. Não concordo com orçamento de ficção. Na gestão moderna é preciso
fazer mais com menos – e em menos tempo”, relatou à “Veja”.
Taques comentou a situação financeira do estados, se
comparada à União.
E destacou: “A maioria dos estados tem problemas de caixa em
razão da distorção no chamado pacto federativo.”
Já em relação ao ajuste fiscal proposto pelo governo, ele
reiterou a necessidade de cortes de despesas e de números de ministérios.
A respeito da operação Lava-Jato, acredita que “deixará o legado
de que ninguém está acima da lei e que a impunidade não persistirá.”
Ao ser questionado “sobre se já há razões para o impeachment
da presidente, como afirmam integrantes do PSDB”, o tucano destacou: “A
possibilidade de impeachment está na Constituição. Ela é absolutamente
legítima. Quem fala que isso é golpe está totalmente desarrazoado da
Constituição e não entende o momento histórico que o Brasil vive.”
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