Neste Dia da Árvore, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente abriu as portas do Horto da Barreirinha para um grupo interessado em conhecer a produção de árvores da cidade. É dali que saem as cerca de 12 mil novas árvores plantadas anualmente pela Prefeitura somente nas ruas de Curitiba - cerca de mil por mês. A produção do horto, mantido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, também garante o plantio em praças, parques e às margens de rios (mata ciliar).
Instalado em uma área de uso restrito de 125 mil metros
quadrados, ao fundo do Parque da Barreirinha, o Horto possui atualmente um
acervo em estoque de aproximadamente 110 mil mudas, das quais cerca de 30 mil
já estão prontas para o plantio. No local, são produzidas as mudas de árvores
de espécies nativas e algumas espécies arbustivas.
A primeira visita pública, nesta segunda-feira (21), serviu
como um projeto-piloto para atrair visitantes para o projeto Fábrica de
Árvores, que ainda será lançado. As visitas devem ter periodicidade semelhante
à do programa Fábrica de Flores, que abre o Horto do Guabirotuba para visitas
públicas sempre no último sábado de cada mês. No Horto do Guabirotuba são
cultivadas as mudas de floríferas e exemplares arbustivos para o ajardinamento
da cidade.
“Foi uma boa surpresa. As pessoas parecem felizes de estar
aqui. Recebemos em torno de 200 pessoas, divididas em vários grupos”, disse
Érica, que repassou os dados técnicos sobre o trabalho e o acervo mantido no
Horto da Barreirinha.
O tempo da natureza
Curitiba conta hoje com cerca de 300 mil árvores plantadas
somente nas ruas. Érica destaca que as
árvores destinadas à arborização demandam maior tempo de enviveiramento e têm
maior custo. “Uma muda leva pelo menos quatro anos para ficar pronta para o plantio”,informa.
Os cuidados começam com a seleção e o preparo de sementes e se estendem até que
as árvores atinjam uma altura média de dois a três metros. A visitação pública
desta segunda-feira foi voltada para a primeira etapa, de preparo das sementes.
No grupo de visitantes estavam pessoas do grupo de terapia
ocupacional da Secretaria Municipal de Saúde; de grupo de ginástica da
Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (Smelj); estudantes do
sétimo período da Escola Estadual Maria Pereira Martins e participantes
individuais que souberam da abertura da visita no Horto da Barreirinha.
Mesmo para os mais experientes, como Leonilda Rodrigues
Wallendorf, do grupo de terapia ocupacional, houve algumas surpresas sobre o
preparo adequado de sementes. “Aprendi que tem muitos jeitos de plantar. Não
sabia que algumas sementes têm que descascar e algumas deixar de molho”, contou
a aposentada. “Algumas sementes exigem que as cascas sejam retiradas
manualmente, precisa beneficiar e preparar. Tem época certa de colheita porque
é preciso ter alguma umidade interna para poder germinar. Por isso, muitas
pessoas catam sementes e não germinam”, explicou Ageu. Ele ensinou ainda que há
espécies de rápido desenvolvimento, em que a germinação ocorre entre três e
quatro meses, enquanto outras podem levar até seis meses. Ageu citou como
exemplo o limão rosa, que germina em até três meses, enquanto a Araucária pode
levar até seis meses para germinar e de 15 a 20 anos para produzir a pinha,
fruto da espécie.
A segunda fase é a da repicagem, quando há um broto externo.
Essas mudas são mantidas no viveiro e exigem regas diárias pela manhã e pela
tarde. Durante todo o processo é preciso manter a muda limpa, sem ervas, o que
exige cuidado diário até chegar a fase de plantio, depois de ganharem certa
altura. “Não pode deixar que a erva daninha tome conta. Erva daninha não
precisa nem de água, cresce no seco”, explicou.
Os visitantes também puderam conhecer a estufa, onde há
espécies arbustivas, como a azaléia. Após percorrer todos os ambientes de
cultivo, o estudante de 15 anos Mateus Meira, da 7ª. série, disse ter achado o
“trabalho maravilhoso” e que não tinha ideia de como era o processo de
reprodução de árvores e arbustos. “Explicaram bem como é o trabalho. Aprendi
como plantar, cuidar e fazer florescer”, observa o estudante.
Os dois hortos municipais atendem exclusivamente aos
projetos de paisagismo da cidade. No Horto da Barreirinha, o trabalho é feito
por 13 servidores. Fundado em 1959, o Horto produz anualmente 50 mil mudas
utilizadas na arborização de ruas,
parques e praças da cidade. São mais de 150 espécies, 70% nativas. Embora ainda
não esteja aberto à visitação pública, o Horto já recebe grupos escolares e
visitas técnicas, mediante agendamento prévio ou em ocasiões comemorativas,
como o Dia da Arvore.
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