segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A PSICOLOGIA É A CIÊNCIA DA ALMA

Por Hélcio Silva



Quando comecei meu curso universitário, havia em nossa grade curricular disciplinas como psicologia e filosofia - tudo básico. Parecia ser apenas para conhecimento do que é e para que serve cada uma no seu respectivo campo da ciência... Porém, a frase mais forte vinha da definição - repetida muitas vezes pela professora Edmar Bastos, mestra em pssicologia e pedagogia - afirmando: Psicologia é a ciência da alma!

Isso faz tempo!

Um dia desses, li um longo artigo da psicóloga Sandra Barreto, com o título: Psicologia, a Ciência da Alma...

No inicio do artigo, a Sandra começa assim, bem simples: ‘Por definição, Psicologia é a ciência da alma. O significado disso só me veio após alguns anos de faculdade, mas hoje posso dizer com segurança que tenho a “alma dessa ciência” e que sou uma mulher realizada porque amo minha profissão!’

Mas ela (a Sandra) relaciona também, no mesmo artigo, o campo amplo em que a psicologfia avançou, e cita algumas especialidades, como:  Psicologia Clinica, Psicologia Hospitalar, Psicologia Jurídica, Psicologia Organizacional, Psicologia do esporte... e mais outras tantas...

Vejam, no entanto, como a coisa é complicada, principalmente para um leigo como eu e muitos outros...

Abri o arquivo e fui direto para um texto escrito pelo  Dr. Vinícius R. Thomé Ferreira, cujo título do artigo é: A psicologia não é a ciência da alma...

Caí do cavalo!... Mas fico com a professora Edmar...

Coragem não me falta para assumir posições...

Mas vamos aos pedacinhos do que diz (escreve) o Dr. Vinícius R. Thomé Ferreira. Afirma ele:

“Uma das primeiras coisas que um estudante de psicologia discute na faculdade é a definição de sua futura área de atuação. No primeiro semestre, as disciplinas apresentam um histórico de como a psicologia foi se constituindo, e constata-se que, em seus primórdios, ela era definida como o estudo (logos) da alma ou espírito (psiqué).”

Aí eu dei um pulinho de alegria, dizendo entusiasmado: minha professora Edmar tinha razão:

Porém - como gosto das coisas com os pingos nos “is” - continuei mais um pouquinho com a leitura do artigo do Dr. Vinícius...

Foi aí que ele cortou meu barato... 

Vejam o que ele escreveu nesse outro pouquinho mais:   

“De acordo com o professor William Gomes, do instituto de psicologia da UFRGS, o termo apareceu inicialmente como título de um livro publicado em 1590 por Rudolf Goclenius. Na obra, a definição de psicologia refere-se ao estudo da alma, psique ou da mente. A partir daí, o termo começou a se popularizar gradativamente, e em 1879, quando a psicologia como ciência nasce se separando da filosofia, com a criação do laboratório de psicologia por Wilhelm Wund na universidade de Leipzig na Alemanha, ela torna-se a ciência da mente e do comportamento.”

E ele (o Dr. Vinícius) continua martelando a minha cabeça, já aturdida na busca da alma, com mais esse longo parágrafo do seu artigo:

“Mas é interessante observar que no imaginário das pessoas, e até mesmo de profissionais da área da saúde, persiste a definição da psicologia como o estudo da alma, e vez por outra o encontramos em artigos e entrevistas. Esta conceituação não é a mais adequada, por várias razões. Primeiramente, quando se fala em alma remete-se, em maior ou menor grau, à crença na existência de algo ‘imaterial’, da qual não se tem comprovada cientificamente a existência.”

Fiquei com vontade de fazer esta indagação ao dr. Vinícius: O que seria da mente sem a alma?... Uma pergunta boba... Quem sabe!... Porém, algo além da nossa ciência terrena - ainda sem resposta...

Vejo mais abaixo - agora vendo-me bem mais sisudo - o Vinícius apertar os meus parafusos, acrescentando ainda em seu artigo:

“Atualmente, o corpo científico oficial reconhece que o cérebro é responsável pelo controle e manifestação do comportamento. Existe uma base biológica que permite que possamos nos lembrar, pensar, prestar atenção ao mundo, nos relacionarmos com os outros e amar. E essa base, o cérebro, pode ser manipulada e controlada de várias formas, sem que seja necessário considerar a existência de algo supramaterial. Isso não quer dizer que a psicologia é contra as crenças das pessoas; crer em algo pode ser um bom elemento de prevenção de sofrimento mental. Quer dizer somente que é fundamental deixar demarcadas as fronteiras entre as crenças religiosas e espirituais e a ciência. Só assim será possível fazer boa ciência e deixar que as pessoas mantenham as suas crenças, sem conflitos diretos com o conhecimento científico.”

Pelo que entendi, o que nos ensina o Dr. Vinícius é que a psicologia é a ciência da mente e do comportamento, e não o estudo ou a ciência da alma.

Se bem pudesse, aconselhar-me-ia com Joanna de Ângelis...

Ficaria feliz... Mas vou ler as obras de Joanna... Um dia – quem sabe! – aqui ou do lado de lá...

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