Minha reflexão matinal sobre fatos da história...
Por Hélcio Silva
No dia 28 de dezembro de 1879, agiganta-se um protesto contra o império nas ruas do Rio de Janeiro. A revolta começa no campo de São Cristóvão, em frente ao palácio imperial. Cerca de cinco mil pessoas (dizem os registros da época), sob o comando de Lopes Trovão, médico, jornalista e militante republicano, reuniram-se para entregar a D. Pedro II uma carta solicitando a revogação de uma taxa de 20 réis, equivalente, naquele tempo, a um vintém, sobre o transporte urbano, que era formado de bondes puxados a burro. O reajuste foi assinado pelo ministro da Fazendo do Império Afonso Celso de Assis Figueiredo, futuro Visconde de Ouro Preto.
Lideradas por Lopes Trovão, todos queriam entrar no Palácio para a solene entrega do documento pessoalmente ao
Imperador. A polícia não permitiu que a multidão se aproximasse do palácio. O
imperador mandou dizer que receberia uma comissão para negociar. Mas Lopes
Trovão não aceitou.
A Gazeta da Noite de Lopes Trovão agitava as massas, com
publicações diárias. O povo queria a revogação do decreto. O acordo estava
difícil.
Aos gritos de “Fora o vintém!”, os manifestantes começaram a
espancar condutores, virar bondes e arrancar trilhos ao longo da rua
Uruguaiana. Dois pelotões do Exército ocuparam o Largo de S. Francisco. Os
manifestantes continuavam agitados. Alguns
mais exaltados passaram a arrancar paralelepípedos e atirá-los contra os
soldados. Não há estatística real e confiável sobre mortos e feridos. Há dados que informam sobre 15 a 20 feridos e de
3 a 10 mortos.
A rebelião popular só terminou mesmo a 4 de janeiro de 1880,
mas a revogação do decreto do reajuste só ocorreu em março (1880) com a posse
do novo ministério.
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