Jersan Araújo
O momento é tenso e grave. Iniciado o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) decidido pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), as discussões sobre o assunto, especialmente nos meios políticos, ocupam grandes espaços nos meios de comunicação do Brasil e do mundo e geram as mais diferentes interpretações. Enquanto o governo ataca Eduardo Cunha de chantagista, este revela as mentiras da presidente Dilma Rousseff. Uma guerra escancarada que culminará, sabe-se lá, com quê.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) promete ajudar a chefe
para impedir o prosseguimento do processo que o Partido dos Trabalhadores luta
para arquivá-lo a partir do exame pela Comissão Especial, composta de 65
membros e 65 suplentes e se for admitido o prosseguimento que seja
imediatamente discutido e votado pelo plenário da Câmara, onde, para ser
aprovado, e prosseguir tramitando precisaria dos votos de 2/3 dos 513
deputados. Resultado difícil de ser alcançado.
Mesmo admitindo que o país esta “em banca rota”, com poucas
perspectivas de sair do buraco, pelo menos até 2016, a pergunta que se faz é:
quem é pior para o Brasil, Dilma apesar do desgaste e da demonstração de
impotência para resolver as crises política, econômica e, principalmente moral ou
o vice Miguel Temer apoiado por um PMDB ávido pelo poder e pelas benesses que
ele proporciona? Bom, essa é uma pergunta que só o futuro responderá.
A PRESSA DE DILMA
A presidente Dilma Rousseff recomenda pressa no julgamento
do processo temendo que o movimento ganhe às ruas. Que o povo, com destaque
para os jovens, seja estimulado pela Oposição a promover manifestações pró –
impeachment, como aconteceu em 1992 com o então presidente Collor de Melo,
instado a renunciar o mandato. Collor foi absolvido pelo Supremo Tribunal
Federal em 2004. Mas, aí era tarde...
Naquela época a população foi às ruas exigindo do Congresso
Nacional (Câmara e Senado) tomada de posição a favor do impeachment. As “caras
pintadas” venceram, inclusive com o apoio do PT, PCdoB e outros partidos de
esquerda. Hoje a chamada esquerda defende com unhas e dentes a permanência de
Dilma no Palácio do Planalto. Uma questão de interesse pelo poder.
OS DESEMPREGADOS
A presidente teme, especialmente, a manifestação dos mais de
oito milhões de desempregados, a grande maioria formada de jovens. Teme também
que quase 70% da população que desaprovam o governo, igualmente desfraldem a
bandeira do impeachment, tanto que, no Palácio do Planalto está sendo planejada
a convocação dos movimentos sociais ligados aos governos para se manifestarem
publicamente a favor da permanência de Dilma.
NOTA DE APOIO
Governadores dos estados do nordeste (nove ao todo) fizeram
publicar uma Nota de apoio irrestrito à presidente da República, ao mesmo tempo
em que rechaçam a atitude do presidente da Câmara que decidiu abrir o processo
de impeachment contra a presidente, solicitado pelos renomados juristas Helio
Bicudo e Reale Júnior que, ao contrário do que pensam os governadores
nordestinos (inclusive o do Maranhão, Flávio Dino – PCdoB) enumeram os crimes
praticados pelo governo Dilma e pedem o seu impedimento à frente da Presidência
da República.
OS DOIS PIORES
O discurso de parlamentares governistas tem um mote só
contra a Oposição. Segundo os petistas, os opositores de Dilma pregam o
princípio do “quanto pior melhor” e não apresentam propostas para tirar o país
da crise em que esta mergulhado. A oposição rebate afirmando que a presidente,
para se eleger mentiu à Nação, escondeu a realidade e, por cima, fez afirmações
de que “a vida vai melhorar” com “a estabilidade do preço da energia, da
gasolina, redução dos juros, criação de empregos, incentivo à agricultura,
combate à corrupção, enfim, uma gama de promessas mentirosas, tudo para se
manter no poder”, ataca o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Limpa.
RUBENS ERROU
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal nem
tomou conhecimento do Mandado de Segurança interposto naquela corte pelo
deputado federal Rubens Pereira Junior (PCdoB-MA), que pedia a anulação da
decisão tomada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de abrir processo de
impeachment contra Dilma Rousseff. O ministro entende que o deputado não
poderia entrar com uma ação em seu nome em defesa de outra pessoa. Resultado:
mandou arquivar o processo.
O FOCO
O presidente da Câmara Federal é criticado por tomado essa
iniciativa (abrir o processo contra Dilma) para desviar o foco da imprensa até
então centrado contra ele considerando os crimes que teria praticado e dos
quais é acusado. Nesse caso o tiro saiu pela culatra, porque apesar do pedido
de impeachment ter tido grande repercussão no Brasil e no mundo, a imprensa
continua acompanhando e destacando os malfeitos de Cunha. E ninguém deve
esperar que esse tema se esgote tão cedo...
TUDO CERTO
Esta confirmada para o próximo dia 17 de dezembro/2015 a
licitação promovida pela Câmara Municipal de São Luís, na forma de Pregão
Presencial, para recebimento das propostas oferecidas pelas instituições
bancárias, para administrar a conta daquele poder e prestar serviços como
pagamento da folha de pessoal e concessão de empréstimos consignados aos
funcionários. O banco que apresentar a melhor proposta assinará contrato e
prestará os serviços acordados entre as partes.
Atualmente o Bradesco, cujo contrato já venceu, é o dono da
conta da Câmara Municipal e deverá participar da licitação.
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