A contagem regressiva segue e com o ano novo um novo
Governo. Como disse o Flávio, eleitos só ele e o Brandão. Por isso quem estiver
em cargo de confiança, Secretário, Assessor Especial e quejandos que vá logo
cuidando da fantasia para o carnaval.
Não sei como vão as démarches, mas com certeza o Poder
estará com Momo pelo menos por três dias, os principais da folia quando não
faltará nada, quem sabe nem mesmo bolsa família.
A essa altura não haverá mais ninguém que não cante a
marchinha que desde agora está com tudo
para fazer sucesso – “ai, ai meu Deus / me dei mal / bateu em minha porta / o
japonês da Federal...”
No Brasil é sempre assim – o que não acaba em samba enredo
no templo da folia, a Avenida Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, nem em
Recurso Especial no STJ, acaba na boca do Povo como essa marchinha sobre o
japonês da Policia Federal.
Tu sabias que o Marquês que dá nome à passarela do samba
nunca sambou? O nobre patrício era Desembargador em Minas Gerais quando Sua
Majestade o Imperador do Brasil, o D. Pedro II, o Imperador de verdade,
conferiu-lhe tamanha honra nobiliárquica.
De fato, tirando o Marquês de Tamandaré, o novel Patrono da
Marinha, temos Marquês mais conhecido pelo Povo em geral do que o Marquês de
Sapucaí?
Sim, o Marquês de Itararé, apenas uma paródia de Aparício
Torelli, o editor do jornal satírico “A Manha”, celebrizado por frases que
grande cunho politico tipo – “não é triste mudar de ideia; triste é não ter
ideia para mudar”; “tudo seria fácil se não fossem as dificuldades”. E tal.
Tu imaginas o que me perguntou o taxista ontem em São Paulo
quando falei que estava em cima da hora o meu embarque para Brasília?
Perguntou muito curioso e sorridente se eu conhecia o
japonês? Que japonês? Não tem tanto japonês aqui? Respondeu-me sim, mas que da
Federal só conhece aquele que adora ver na televisão prendendo os grandões.
Circulam piadas Brasil afora sobre o japonês transformado,
de repente, em arauto contra a impunidade e garoto propaganda da operação lava
a jato.
Expliquei ao taxista que não é bem assim. O policial de
ascendência nipônica que aparece sempre em primeiro plano nas fotos e vídeos
das operações da Federal foi destacado para a missão que a cumpre muito bem,
com seriedade e discrição.
Indubitável que o japonês da Federal já é figura nacional
com um fã clube tão ardente a rivalizar os admiradores de um Zeca Pagodinho, um
Elimar Santos ou a nossa Marron.
Tenho por hábito não tratar ninguém por apelido. Japonês não
é apelido. Por isso, senhoras e senhoras, lhe informo que ele levou da pia
batismal o nome dele é Newton Ishii.
Newton sabe muito bem sobre o que é ser preso. Ele próprio
já o foi sob acusação em processo criminal e hoje não só goza da confiança da
administração superior da Policia Federal como também é tido como excelente
profissional.
O Flávio anuncia mudanças no seu time. O Lula até demorou a
trocar o Capitão do Time. Mas aí em meio à crise do mensalão, trocou.
Edson Vidigal, Advogado, foi Presidente do Superior Tribunal
de Justiça e do Conselho da Justiça Federal.
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