O Paraná terá o seu primeiro Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark). Iniciativa dos empresários fundadores da indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi, de Toledo (Oeste), que conta com apoio do Governo do Estado, o Biopark terá quatro milhões de metros quadrados e espaço reservado para universidades, hospitais, incubadoras, indústrias e até áreas residenciais. O governador Beto Richa participou do lançamento, realizado nesta quinta-feira (22). Na mesma solenidade, Richa assinou decreto que cria o marco regulatório para a implantação do Complexo Paranaense de Parques Tecnológicos no Estado.
Idealizado por Luiz Donaduzzi e a esposa Carmen, o
Biopark pretende gerar 30 mil empregos e transformar a região de Toledo em um
polo do setor de biociências nas próximas décadas. O investimento inicial é de
R$ 100 milhões. A expectativa é que esse volume possa chegar a R$ 500 milhões
em cinco anos, de acordo com Luiz Donaduzzi.
Richa enalteceu a iniciativa. “É um projeto dos mais
importantes para o Oeste do Paraná e demonstra, mais uma vez, a participação da
Prati-Donaduzzi no desenvolvimento econômico e social da região. A indústria é
a maior fabricante de medicamentos genéricos do Brasil e merece todo o apoio do
governo do Estado”, afirmou o governador. “Já estive na Prati inúmeras vezes
para celebrar parcerias, investimentos do Estado, anunciar a abertura do curso
de farmácia e agora, temos mais uma demanda que é a abertura de um campus
avançado da Unioeste dentro do Biopark”, disse.
Richa explicou que o apoio do Governo do Estado ao
projeto do Biopark será com convênios, parcerias com entidades como o Instituto
Tecnológico do Paraná (Tecpar) e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar),
abertura de cursos de graduação nas universidades estaduais para ampliar a
disponibilidade de técnicos. “É uma iniciativa que merece o apoio decisivo do
Estado”, afirmou.
QUALIFICADA - A ideia do projeto Biopark é permitir a
formação de mão de obra qualificada para o setor e estimular o desenvolvimento
de pesquisas, a criação de startups e a instalação de empresas. “Na área de
biociências há uma infinidade de possibilidades, desde a área de medicamentos,
até produtos para animais e plantas, equipamentos, softwares, cosméticos e
nutracêuticos” cita.
Um dos focos é o desenvolvimento de medicamentos a preço
acessível para a população. Fundada há 22 anos, a Prati-Donaduzzi é atualmente
a maior fabricante de medicamentos genéricos do País, com uma produção de 11
bilhões de doses por ano. “Hoje os parques em funcionamento estão dentro das
universidades. O que vamos fazer aqui é o caminho contrário. Vamos trazer a
universidade para dentro da indústria”, diz Donaduzzi. “Esse projeto vai se
consolidar ao longo dos anos e vamos poder trazer progresso para a região
toda”.
O objetivo da Prati-Donaduzzi é continuar produzindo
medicamentos, sendo uma empresa brasileira e familiar, mas profissionalizada, e
que continue crescendo ao longo dos anos. O parque tecnológico vai ajudar no
crescimento. O empresário explicou que a intenção é trazer pessoas de fora, que
demandarão moradias, veículos, escolas, lazer. “Há todo um desenvolvimento ao
redor do projeto do parque, porque a ideia é que seja um ambiente seguro e
agradável de trabalhar”.
UNIOESTE - O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, João Carlos Gomes, ressaltou o protocolo de intenções assinado, na
mesma solenidade, pelo reitor em exercício da Unioeste, Moacir Piffer, e o
empresário Luiz Donaduzzi. Pelo protocolo, será doado terreno para ampliação do
campus da Unioeste em Toledo para dentro do Biopark. “Isso permitirá atender
novos cursos da área de tecnologia que, por certo, serão importantes para o
desenvolvimento e formação de recursos humanos dessa área aqui na região de
Toledo”, disse ele.
Segundo o secretário, o primeiro curso será de química
farmacêutica medicinal, que já existe na Unioeste e será transferido para o
campus do Biopark. Atualmente a Prati já possui uma parceria com a Unioeste em
residência industrial farmacêutica.
O Biopark vai abrigar, ainda, um campus do curso de
medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O projeto deve ficar pronto
dentro de um ano e meio. Além disso, contará com a Unibio, universidade
corporativa que vai oferecer cursos técnicos e de pós-gradução.
O parque também contará com dois hospitais – um da Unimed
e outro da Hoesp (Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná). A Prati
deve também construir no local uma fábrica de medicamentos oncológicos, no
futuro.
Eder Mafissoni, CEO da Prati-Donaduzzi, lembrou que toda
indústria farmacêutica depende de muita pesquisa e o desenvolvimento é caro e
lento. “A ideia do parque é atrair talentos e mentes brilhantes para facilitar
o acesso à tecnologia e ao conhecimentos. O grande desafio no Brasil é
conseguir conexão entre as universidades que detêm o conhecimento e a
iniciativa privada, dando oportunidade para que os projetos acadêmicos se transformem em produtos para a população”,
disse ele.
HISTÓRICO - A maior fabricante de medicamentos genéricos
do Brasil nasceu de um pequeno laboratório em Toledo, Oeste do Paraná, em 1993.
O projeto nasceu pouco depois de o casal de farmacêuticos Carmen e Luiz
Donaduzzi montarem um pequeno laboratório, após cursarem mestrado e doutorado
na França. Atualmente são 24 horas de fabricação ininterrupta, em três turnos,
de medicamentos líquidos e sólidos. A empresa emprega 4,5 mil pessoas e tem
apoio do programa de incentivos fiscais Paraná Competitivo.
PRESENÇAS – Participaram da solenidade a empresária
Carmen Donaduzzi, o coordenador de capacitação tecnológica da Secretaria
Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, José Antônio Silvério; o
presidente da Agência Paraná Desenvolvimento (APD), Adalberto Neto; o
presidente do Tecpar, Júlio Felix; o secretário de Estado da Comunicação
Social, Márcio Villela; o presidente da Itaipu, Jorge Samek, e os deputados
José Carlos Schiavinatto (estadual) Dilceu Sperafico (federal).
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