Jacob Melo*
Apesar de muitas pessoas dizerem que os passes simples são
suficientes para tratarem qualquer enfermidade, nem sempre funciona assim.
Mesmo quando uma grande maioria de espíritas afirma que a
depressão é uma doença da alma, praticamente não se expressa, de forma
categórica, como fazer para se curar tal problema.
Ainda que a Casa Espírita seja também apresentada como um
Hospital de Almas, nem todos são devidamente recebidos para tratamento, já que
vigora uma chamada “lei do merecimento”, ou da falta dele, como a amordaçar
falas e a atar mãos na direção de se buscar ou se atingir uma efetiva ação na direção
das curas.
E, falando em cura, eis aí outro problema grave, sobre o
qual venho insistentemente lembrando a necessidade de repensá-lo. Afinal, se
somos seguidores de Jesus, vestindo-nos de consoladores prometidos e tendo Ele
por modelo e guia, o que será que a Ele respondemos quando nos negamos a curar
e Ele, de forma clara e objetiva, nos recomendou que “curai os enfermos,
ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça
recebestes, de graça dai” (Mateus, 10, 8; Lucas, 10, 9)? E se nos dizemos
espíritas... Kardec
Mas voltemos ao tema – se bem que refletir sobre curas
esteja visceralmente associado ao que iremos tratar.
Quase todos, sabedores, estudiosos ou totalmente
desconhecedores do que envolve esse mal, a depressão, temos uma certeza interior
nos dizendo que todo depressivo está sem energia. Daí o se propor a tratá-lo
costuma corresponder ao desejo de transmitir-lhe energia; e não só isso:
estimulá-lo a ações de superação, impulsioná-lo à normalidade, favorecê-lo com
estímulos através de palavras. Nesse ponto surge a dúvida: o que podemos fazer?
Os passistas, em geral, tendem a fazer-lhes concentrados,
com o intuito de fortalecê-los, energizá-los. Os conselheiros de plantão, de
convidarem-no à oração, à fé e a sobrecarregá-lo de frases, tipo: “se você
quiser você sai desse estado; você precisa se amar; você tem tudo; veja em que
transtorno você está nos metendo”. E ainda tem uns que apenas pensam: um dia
essa obsessão passa!
Os depressivos precisam sim de fluidos, de energia. A
questão é: como doá-los?
Em meu livro A Cura da Depressão Pelo Magnetismo, abordo o
assunto com boa base, além de uma argumentação espírita bastante segura. Ali
destaco que o centro (vital) esplênico é o grande envolvido nos processos
depressivos e que, por isso mesmo, ele deve estar no foco da terapia desse mal.
Mas fica muito difícil se seguir esse caminho quando sequer se estimula a que
sejam estudados os centros vitais. Esse centro é responsável por praticamente
toda “filtragem” energética – e também orgânica – dos seres humanos. Num
depressivo, esse centro vital fica altamente congestionado e, numa linguagem
bem direta, impede que sejam distribuídos os fluidos, ou grande parte destes,
para os demais centros, causando uma espécie de colapso energético, colapso esse
que é bem registrado pelo sistema neurocerebral, daí resultando nesse mundo
abominável que é a depressão.
Outra consequência direta dessa desarmonização no esplênico
é que isso leva ao congestionamento dos outros centros vitais, motivo pelo qual
não é possível a absorção, pelo enfermo, de energias (fluidos) exteriores, tudo
isso fazendo com que uma doação (ativação, concentração, imposição) seja mais
um motivo de perturbação e mal-estar, já que essa doação será recebida e
percebida como mais elementos a obstruírem o(s) centro(s) vital(is)
envolvido(s).
Chegado a esse ponto, que dedução se extrair? Simples: o
paciente em depressão pede passes dispersivos, tanto localizados como gerais,
tanto ativantes como calmantes. E qual o principal ponto a ser dispersado?
Lógico que será o centro esplênico. Então, qual o problema ante tudo isso? Eis
alguns: subestimar o uso de técnicas; o quase proibitivo regimento de muitas
Casas em orientando que não se faça movimentação de mãos; a falsa crença de que
“não precisamos fazer nada, pois tudo quem faz são os Espíritos”, levando-nos a
uma acomodação improdutiva; não se poder dedicar o tempo necessário para cada
atendimento, reduzindo, assim, as possibilidades de eficiência na terapia; além
de uma ainda muito grande leva de espíritas que não gostam de estudar e
entender o que se está fazendo.
E para quem quer ajudar de verdade um depressivo, fazendo
uso de técnicas diretas e objetivas, como agir? É claro que recomendarei a
leitura do livro acima mencionado (e também o livro Manual do Passista), pois
ali está tudo descrito com muita precisão o que deve ser feito, mas a base,
bastante resumida, é esta:
Disperse bastante o esplênico, de preferência usando a
técnica transversal, lembrando que o eixo do esplênico está em um ângulo
diferente dos demais centros (o coronário “abre” para cima; os frontal,
laríngeo, cardíaco, gástrico e genésico abrem para a frente; e o esplênico abre
como que formando um ângulo de 45 graus entre os que são frontais e a lateral
do corpo). Essa dispersão deve atender tanto à zona ativante como calmante, de
preferência com os movimentos dos braços abrindo de forma progressiva sobre
esse eixo. E que fique bem esclarecido: feitos alguns dispersivos localizados
sobre o esplênico deve-se, por técnicas longitudinais, realizar os passes
gerais (da cabeça aos pés), nos mesmos níveis (distâncias) em que foram feitos
no esplênico, repetindo-se esse conjunto de procedimentos várias vezes – não se
assuste se o tempo total de um passe desses demorar mais de 20 minutos.
Além de tudo isso é bom notar ainda que existem os chamados
centros dorsais (às costas) que igualmente pedem alinhamento. São os centros do
refluxo energético – acrescento que o refluxo do esplênico, portanto, ele às
costas está no lado oposto, exatamente como num prolongamento do eixo que está
à frente, como numa linha reta; eles também estarão congestionados e precisarão
de harmonização (alinhamento). Para se atender a esse ponto é de boa medida
usar técnicas perpendiculares gerais ou então fazer-se longitudinais às costas.
Como se vê, não temos como evitar técnicas se quisermos
mesmo ajudar às pessoas a saírem da depressão, mas para tanto precisamos
entender como e porquê.
Caso você tenha dificuldade em encontrar algum dos dois
livros mencionados (A Cura da Depressão Pelo Magnetismo e Manual do Passista )
no Centro que frequenta ou em alguma livraria de sua preferência pode escrever
para a vidaesaber@gmail.com e eles providenciarão o envio.
Desejo sucesso a todos os que quiserem ajudar aos depressivos.
*Jacob Melo é escritor e expositor espírita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.