segunda-feira, 19 de setembro de 2016

PASSES PARA DEPRESSÃO


Jacob Melo*






Apesar de muitas pessoas dizerem que os passes simples são suficientes para tratarem qualquer enfermidade, nem sempre funciona assim.

Mesmo quando uma grande maioria de espíritas afirma que a depressão é uma doença da alma, praticamente não se expressa, de forma categórica, como fazer para se curar tal problema.

Ainda que a Casa Espírita seja também apresentada como um Hospital de Almas, nem todos são devidamente recebidos para tratamento, já que vigora uma chamada “lei do merecimento”, ou da falta dele, como a amordaçar falas e a atar mãos na direção de se buscar ou se atingir uma efetiva ação na direção das curas.

E, falando em cura, eis aí outro problema grave, sobre o qual venho insistentemente lembrando a necessidade de repensá-lo. Afinal, se somos seguidores de Jesus, vestindo-nos de consoladores prometidos e tendo Ele por modelo e guia, o que será que a Ele respondemos quando nos negamos a curar e Ele, de forma clara e objetiva, nos recomendou que “curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mateus, 10, 8; Lucas, 10, 9)? E se nos dizemos espíritas... Kardec

Mas voltemos ao tema – se bem que refletir sobre curas esteja visceralmente associado ao que iremos tratar.

Quase todos, sabedores, estudiosos ou totalmente desconhecedores do que envolve esse mal, a depressão, temos uma certeza interior nos dizendo que todo depressivo está sem energia. Daí o se propor a tratá-lo costuma corresponder ao desejo de transmitir-lhe energia; e não só isso: estimulá-lo a ações de superação, impulsioná-lo à normalidade, favorecê-lo com estímulos através de palavras. Nesse ponto surge a dúvida: o que podemos fazer?

Os passistas, em geral, tendem a fazer-lhes concentrados, com o intuito de fortalecê-los, energizá-los. Os conselheiros de plantão, de convidarem-no à oração, à fé e a sobrecarregá-lo de frases, tipo: “se você quiser você sai desse estado; você precisa se amar; você tem tudo; veja em que transtorno você está nos metendo”. E ainda tem uns que apenas pensam: um dia essa obsessão passa!

Os depressivos precisam sim de fluidos, de energia. A questão é: como doá-los?

Em meu livro A Cura da Depressão Pelo Magnetismo, abordo o assunto com boa base, além de uma argumentação espírita bastante segura. Ali destaco que o centro (vital) esplênico é o grande envolvido nos processos depressivos e que, por isso mesmo, ele deve estar no foco da terapia desse mal. Mas fica muito difícil se seguir esse caminho quando sequer se estimula a que sejam estudados os centros vitais. Esse centro é responsável por praticamente toda “filtragem” energética – e também orgânica – dos seres humanos. Num depressivo, esse centro vital fica altamente congestionado e, numa linguagem bem direta, impede que sejam distribuídos os fluidos, ou grande parte destes, para os demais centros, causando uma espécie de colapso energético, colapso esse que é bem registrado pelo sistema neurocerebral, daí resultando nesse mundo abominável que é a depressão.

Outra consequência direta dessa desarmonização no esplênico é que isso leva ao congestionamento dos outros centros vitais, motivo pelo qual não é possível a absorção, pelo enfermo, de energias (fluidos) exteriores, tudo isso fazendo com que uma doação (ativação, concentração, imposição) seja mais um motivo de perturbação e mal-estar, já que essa doação será recebida e percebida como mais elementos a obstruírem o(s) centro(s) vital(is) envolvido(s).

Chegado a esse ponto, que dedução se extrair? Simples: o paciente em depressão pede passes dispersivos, tanto localizados como gerais, tanto ativantes como calmantes. E qual o principal ponto a ser dispersado? Lógico que será o centro esplênico. Então, qual o problema ante tudo isso? Eis alguns: subestimar o uso de técnicas; o quase proibitivo regimento de muitas Casas em orientando que não se faça movimentação de mãos; a falsa crença de que “não precisamos fazer nada, pois tudo quem faz são os Espíritos”, levando-nos a uma acomodação improdutiva; não se poder dedicar o tempo necessário para cada atendimento, reduzindo, assim, as possibilidades de eficiência na terapia; além de uma ainda muito grande leva de espíritas que não gostam de estudar e entender o que se está fazendo.

E para quem quer ajudar de verdade um depressivo, fazendo uso de técnicas diretas e objetivas, como agir? É claro que recomendarei a leitura do livro acima mencionado (e também o livro Manual do Passista), pois ali está tudo descrito com muita precisão o que deve ser feito, mas a base, bastante resumida, é esta:

Disperse bastante o esplênico, de preferência usando a técnica transversal, lembrando que o eixo do esplênico está em um ângulo diferente dos demais centros (o coronário “abre” para cima; os frontal, laríngeo, cardíaco, gástrico e genésico abrem para a frente; e o esplênico abre como que formando um ângulo de 45 graus entre os que são frontais e a lateral do corpo). Essa dispersão deve atender tanto à zona ativante como calmante, de preferência com os movimentos dos braços abrindo de forma progressiva sobre esse eixo. E que fique bem esclarecido: feitos alguns dispersivos localizados sobre o esplênico deve-se, por técnicas longitudinais, realizar os passes gerais (da cabeça aos pés), nos mesmos níveis (distâncias) em que foram feitos no esplênico, repetindo-se esse conjunto de procedimentos várias vezes – não se assuste se o tempo total de um passe desses demorar mais de 20 minutos.

Além de tudo isso é bom notar ainda que existem os chamados centros dorsais (às costas) que igualmente pedem alinhamento. São os centros do refluxo energético – acrescento que o refluxo do esplênico, portanto, ele às costas está no lado oposto, exatamente como num prolongamento do eixo que está à frente, como numa linha reta; eles também estarão congestionados e precisarão de harmonização (alinhamento). Para se atender a esse ponto é de boa medida usar técnicas perpendiculares gerais ou então fazer-se longitudinais às costas.

Como se vê, não temos como evitar técnicas se quisermos mesmo ajudar às pessoas a saírem da depressão, mas para tanto precisamos entender como e porquê.

Caso você tenha dificuldade em encontrar algum dos dois livros mencionados (A Cura da Depressão Pelo Magnetismo e Manual do Passista ) no Centro que frequenta ou em alguma livraria de sua preferência pode escrever para a vidaesaber@gmail.com e eles providenciarão o envio.

Desejo sucesso a todos os que quiserem ajudar aos depressivos.

*Jacob Melo é escritor e expositor espírita.


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