Carlos Chagas
Quem se deu ao
trabalho de comparar os números das previas eleitorais com os resultados das
urnas chegou à mesma conclusão de sempre, de que os institutos de pesquisa não
ganham eleições. Erraram feio, apesar das explicações enfadonhas de que foi o
eleitorado que mudou, à ultima hora. Melhor não descer a detalhes, mas dessa
vez vale acrescentar um fator a mais: os comentaristas e repórteres de
televisão perderam a humildade e também, com empáfia, engrossaram a corrente de
tiros dados fora do alvo. No domingo, à medida em que eram conhecidos os
resultados, desdobravam-se na tentativa de demonstrar que não erraram. Foi o
povo que errou…
Mas acertaram, também, na unanimidade partilhada com a nação inteira, de que o PT seria o maior derrotado. Não deu outra, que o segundo turno confirmará no fim do mês. A pergunta que se faz refere-se ao futuro do partido dos companheiros. Parece impossível supor que possam reconquistar a presidência da República em 2018, objetivo que lhes tomará tempo e esforço.
Em maioria, o PT jogará os seus cacifes na candidatura do
Lula, cujos obstáculos a superar estão à vista de todos. Primeiro, evitar a
operação Lava Jato e a possibilidade de o candidato ser condenado pelas
acusações do juiz Sérgio Moro. Depois, apostar no fracasso do governo Michel
Temer e desenvolver intensa campanha demonstrando as realizações de seus dois
governos. Missão quase impossível mas a única que lhes resta.
Começou a corrida sucessória, com ênfase para a ascensão
do governador Geraldo Alckmin, pai, mãe, avô e avó do novo prefeito João Dória.
No ninho dos tucanos, Aécio Neves e José Serra que se cuidem, já que uma força
maior se faz sentir.
Sobre as eleições municipais, ainda uma evidência a
referir: em comparação com embates anteriores, o não-voto cresceu na
indiferença do eleitorado. Abstenções, ausências, votos brancos e nulos
chegaram quase aos 30%. Uma espada de Dâmocles paira sobre a cabeça do
presidente Michel Temer. Ele insiste em que não se candidatará, mas sem outra
opção, o PMDB tratará de convencê-lo a voltar atrás. Claro que se fizer um bom
governo.
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