Discursos, velas, camisetas brancas. Cânticos, gritos de
campeão e choro. A noite desta quarta-feira foi de uma final de futebol para
uma riquíssima demonstração de solidariedade. E fez com que Chapecó, em Santa
Catarina, e Medellín, na Colômbia, virassem uma cidade só, assim como a Arena
Condá e o Atanasio Girardot.
Os dois estádios foram os palcos das homenagens às
vítimas. Em solo brasileiro, um telão relembrou todas as vítimas do acidente e
contou com imagens de monumentos e mensagens de apoio de outros clubes pelo
mundo.
Em um dos momentos mais emocionantes, logo antes do
começo da cerimônia, eram possível ouvir os prantos de torcedores - crianças,
homens, mulheres... Jogadores e integrantes do clube deram uma volta olímpica
aos gritos de "É Campeão". Aplausos também foram ouvidos a todo
momento, e de maneira ininterrupta.
Na Colômbia, mais de 150 mil pessoas, de acordo com
estimativa da secretaria de segurança municipal, apareceram na área do estádio
para a homenagem às vítimas. O estádio ficou abarrotado e tem capacidade para
40 mil. Quem não entrou ficou do lado de fora, segurando velas. Balões brancos
também foram soltos.
Membros do Atlético Nacional-COL também participou do
evento, com os jogadores entrando em campo. O técnico da equipe, Reinaldo
Rueda, fez um belíssimo discurso, citando jogadores históricos do futebol
brasileiro e nomeando, um a um, jogadores da Chapecoense.
"Obrigado ao Brasil, obrigado ao futebol brasileiro
por tudo o que ensinou. Todos crescemos durante muitos anos vendo essa seleção
no Mundial, sempre foram torcedores do brasil, deste futebol brasileiro. Deste
futebol que gostamos, deste futebol que faz a Chapecoense, que faz o Atlético
Nacional, do qual nós nutrimos e aprendemos. Assim como admiramos o futebol
brasileiro, essa Chapecoense sempre estará em nossos corações."
Autoridades também discursaram. Uma delas foi o ministro
de Relações Exteriores do governo brasileiro, José Serra. Ele enalteceu os
gestos de carinho e solidariedade demonstrados e se emocionou no meio de sua
fala.
"Neste momento de tristeza imensa para as famílias,
para nós todos, as expressões de solidariedade que aqui encontramos, como a
solidariedade que cada um de vocês, colombianos e torcedores do Atlético, nos
trazem no Atanasio Girardot, nos oferece um consolo imenso. Uma luz na
escuridão quando todos estamos compreender o incompreensível. Os brasileiros
não se esquecerão jamais da forma como os colombianos sentiram como se fossem
seus o terrível desastre que interrompeu o sonho da equipe da Chapecoense, uma
espécie de conto de fadas com final de tragédia. Assim como não nos
esqueceremos da atitude do Atlético Nacional e de todos os torcedores que
pediram que deem o titulo de campeão da Sul-Americana para a Chapecoense".
"Um gesto que honra que honra o esporte, e que honra
esta queria cidade de Medellín, e que faz maiores os alviverdes. Após a
fatídica noite do dia 28 de novembro, o Brasil acordou perplexo para a dura
realidade de uma festa que não houve, para a expectativa frustrada de uma
partida história para Chapecó que já não poderá se realizar. Para a dor imensa
da perda. Mas talvez não seja uma coincidência que as cores da Chapecoense e do
Atlético sejam verde e branco, esperança e paz", afirmou ele, ovacionado
após a fala.
No fim da cerimônia, os nomes de todas as vítimas e
sobreviventes foram anunciados, um por um. A cada nome, uma rodada de aplausos
do estádio. Para fechar, uma música tocada por uma orquestra e a despedida, com
o estádio inteiro cantando.
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