Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (15/12), na Sala Clementina, no Vaticano, os embaixadores junto à Santa Sé da Suécia, Fiji, Moldávia, República de Maurício, Tunísia e Burundi, para a apresentação de suas credenciais.
O Santo Padre agradeceu aos embaixadores por sua presença que mostra o desejo de manter e desenvolver relações de estima e colaboração com a Santa Sé.
“Vocês vêm de várias regiões do mundo muito distantes e
diferentes. Este fato constitui sempre aqui, em Roma, um motivo de alegria,
porque o horizonte da Santa Sé é por sua natureza universal, por causa da
vocação e missão que Deus confiou ao Sucessor do Apóstolo Pedro: missão
essencialmente religiosa que assume na história a dimensão das relações com os
Estados e seus governantes. Neste contexto histórico, a Igreja Católica, que
tem na Santa Sé o seu centro unificador e propulsor, é chamada a transmitir e
testemunhar os valores espirituais e morais que estão contidos na própria
natureza do ser humano e da sociedade, e que como tais são partilhados por
todos aqueles que promovem o bem comum.”
Paz
Francisco sublinhou que dentre esses valores a paz ocupa
um lugar de destaque
e há cinquenta anos os Pontífices dedicaram o dia 1° de
janeiro para a paz, “endereçando uma mensagem particular às autoridades civis e
religiosas do mundo e a todos os homens e mulheres de boa vontade”.
Para o próximo Dia Mundial da Paz foi publicado, três
dias atrás, a mensagem sobre o tema “A não-violência: estilo de uma política
para a paz”.
A seguir, o Papa fez uma breve reflexão sobre esse tema.
“A não-violência é um exemplo típico de valor universal
que encontra no Evangelho de Cristo a sua plenitude, mas pertence também a
outras nobres e antigas tradições espirituais. Num mundo como o atual, marcado
por guerras e numerosos conflitos, como também pela violência que se manifesta
de várias formas na vida cotidiana, escolher a não-violência como estilo de
vida se torna cada vez mais uma exigência de responsabilidade em todos os
níveis, desde a educação familiar ao compromisso social e civil, das atividades
políticas às relações internacionais. Trata-se de rejeitar a violência como
método de resolução de conflitos e enfrentá-los sempre com o diálogo e a
tratativa”, disse Francisco.
Estilo não violento
Segundo o Pontífice, “aqueles que desempenham cargos
institucionais no âmbito nacional ou internacional são chamados a assumir na
própria consciência e no exercício de suas funções um estilo não violento, que
não é de fato sinônimo de fraqueza ou passividade, pelo contrário, pressupõe
força de ânimo, coragem e capacidade de enfrentar as questões e os conflitos
com honestidade intelectual, buscando realmente e primeiramente o bem comum
antes de qualquer interesse seja ele ideológico, econômico ou político”.
“Do último século, devastado por guerras e genocídios de
proporções sem precedentes, podemos recordar também exemplos brilhantes de como
a não-violência, abraçada com convicção e praticada com coerência, possa
alcançar resultados importantes também no plano social e político. Algumas
populações e também nações inteiras, graças ao compromisso de líderes
não-violentos, alcançaram metas de liberdade e justiça de forma pacífica. Este
é o caminho a seguir no presente e no futuro. Este é o caminho da paz, não
aquela proclamada por palavras mas negada de fato, seguindo estratégias de
domínio, mantidas por gastos escandalosos em armamentos, enquanto muitas
pessoas não possuem o necessário para viver”, frisou o Papa.
Francisco concluiu seu discurso, afirmando aos
embaixadores que é seu desejo e também da Santa Sé levar adiante com os
governos de seus países este processo de promoção da paz, como também de outros
valores que promovem o desenvolvimento integral do ser humano e da sociedade.
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