Carlos Chagas
De repente, virou
briga de foice em quarto escuro a disputa entre Aécio Neves e
Geraldo Alkmin pela indicação do PSDB à presidência da República. O senador mineiro identifica o dedo do
governador paulista na denúncia feita pela Odebrecht, de haver depositado
milhões em nome da conta administrada por Andréia Neves num banco de Nova York. A delação foi feita pelo
ex-presidente de uma das subsidiárias da
empreiteira, Benedito Júnior, em função de propinas nas obras da cidade
administrativa do governo de Minas e da construção da usina hidrelétrica de
Santo Antônio, em Rondônia.
Já Geraldo Alkmin supõe dever-se a Aécio Neves os
estímulos à candidatura presidencial de
João Dória Júnior, prefeito de São Paulo.
O senador e
presidente nacional do PSDB montou espetacular banca de advogados para
defendê-lo, como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Velloso, o ex-procurador geral da
República, Aristides Junqueira, e Alexandre Toron.
Paulistas e mineiros dedicam-se à sutil arte dos
desmentidos, sabendo que no fundo da tertúlia estão os dois candidatos ao palácio do Planalto. O governador de São
Paulo anda com uma lista no bolso do paletó, com o nome dos convencionais
tucanos que daqui a pouco mais de um ano decidirão sobre a candidatura. Na verdade, muito antes disso a escolha poderá
estar concretizada, numa espécie de duelo de titãs, opondo o poder econômico de
São Paulo à ortodoxia partidária. Como tertius, José Serra assiste de camarote,
atrás do apoio de Alkmin ou de Aecio para tornar-se o novo governador
paulista. João Dória Júnior será o quartus, embaralhando as cartas. A dúvida é saber
quem enfrentará o Lula...
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